No segundo dia do XII Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia Cervejeira, uma mesa redonda reunirá pela primeira vez os blogueiros ‘top’ de cervejas especiais do Brasil. Edu Passarelli, autor de um dos primeiros blogs nacionais dedicados a cervejas, o "Edu Recomenda"; Maurício Beltramelli, proprietário do Bar Brejas (Campinas) e criador do portal de mesmo nome; Paulo Bettiol (Feijão), sommelier de cervejas da Cervejaria Bierland e autor do site "Obiercevando" e Ricardo Amorim, jornalista e autor do blog Cerveja Só, do Globo.
São esses amantes e especialistas que mais ajudam na difusão de informações sobre cervejas especiais no país. Para o publicitário e autor do blog “Sommelier de cervejas” José Raimundo Padilha, moderador do encontro, a melhor definição de cerveja especial é “aquela que proporciona uma experiência gastronômica e sensorial”. Ele ressalta que o Brasil hoje está na vanguarda mundial desse tipo de bebida. Para se ter uma ideia, apenas cinco cervejarias no mundo produzem regularmente cervejas pelo método champenoise (o mesmo usado para champagnes, espumantes e prossecos), sendo duas belgas, uma canadense e duas brasileiras: a Eisenbahn, de Santa Catarina, e a Wäls, de Belo Horizonte.
A proliferação de blogs sobre cerveja e a disseminação de informações pouco embasadas devem ser os principais assuntos da mesa redonda. Tudo para preservar uma cultura cervejeira nascente. Maurício Beltramelli, criador de um dos primeiros blogs dedicado à bebida, em 2007 – hoje o Portal Brejas, que recebe uma média de 4.000 visitas por dia - e dono de bar de mesmo nome, em Campinas (SP), acha que o tema central da mesa redonda deverá ser a ética da informação. Apesar de julgar positivo o crescimento dos blogs sobre cerveja, ele defende a necessidade de muito estudo e embasamento científico antes de o interessado se aventurar. “Num momento em que a cultura cervejeira começa a se difundir, qualquer informação equivocada pode ser muito prejudicial”. E alerta que a “guerra santa” contra as cervejas comerciais não é saudável, mesmo porque, a maioria dos apreciadores das especiais ‘se inicia’ nas cervejas comerciais.
“O compromisso com a boa informação e o exercício ético da comunicação devem pautar a atuação dos blogueiros de cerveja. Na verdade, de qualquer blogueiro que pretenda ter alguma credibilidade.”
A afirmação é do jornalista, sommelier de cervejas e docente do SENAC-SP Ricardo Amorim, que há cinco anos mantém o Cerveja Só, blog especializado na bebida hospedado no Globo Online.
Amorim lembra que hoje há muitos sites, blogs e fóruns que tratam de temas relacionados à cerveja na internet brasileira. “Essa é uma ótima notícia, mas é importante que o leitor seja capaz de fazer uma leitura crítica desses conteúdos para não acabar desinformado”, diz. Na mesa redonda, o jornalista pretende discutir maneiras de tornar a informação cervejeira cada vez mais relevante e confiável, seja na internet ou fora dela.
Essa preocupação também é compartilhada por Paulo Bettiol, criador do blog obiercevando.com.br. Ele acha que o ponto principal da conversa será o crescimento da cultura cervejeira: como e o que fazer para ampliar essa cultura, se a maneira atual de divulgação é a ideal e sustentável, a importância das mídias online, escrita e de TV para este crescimento e o que cada um pode fazer.
Já José Raimundo Padilha aposta que um dos temas dos especialistas será a legislação brasileira, que não faz distinção entre grandes e pequenos fabricantes, e deixam as cervejas especiais em desvantagem em comparação com as populares (largamente consumidas). Uma das falhas da legislação é a própria definição do que é cerveja, que impede que produtores utilizem certos ingredientes. “Não é questão de má vontade.
É reflexo da falta de informação das autoridades e da lentidão e burocracia para que sejam feitas as mudanças”, admite. E o problema não afeta apenas microcervejarias.
Padilha dá o exemplo da própria Ambev, que importa uma cerveja belga – a Hoegaarden, de estilo witbier – com raspas de casca de laranja e semente de coentro em sua composição, o que é proibido de ser fabricado no Brasil.
Outro produto muito especial que não teve registro liberado foi uma cerveja do estilo Double Chocolate Stout, desenvolvida para uma microcervejaria gaúcha pelos cervejeiros caseiros Ricardo Rosa e Mauro Nogueira, da ACervA Carioca, que produzem como hobby.
A negativa deveu-se ao fato de a receita incluir chocolate, que leva um derivado de produto animal (leite).
Por isso é proibido. Ou seja, não existe um tratamento diferenciado para as cervejas especiais. E elas não querem brigar com as cervejarias de grande consumo. Buscam uma convivência pacífica, em que cada um atua em seu próprio espaço.
“Hoje no Brasil há um movimento recente de interação entre os blogueiros de cerveja – grandes apreciadores da bebida – para trazer à tona, por meio das redes sociais, o tema da cultura cervejeira. É o que nos Estados Unidos se chama de ‘beervangelização’.
Eles desenvolvem um papel fundamental na difusão da diversidade, qualidade e personalidade das cervejas especiais. “Por isso quem se interessa pelo assunto deve experimentar vários estilos e marcas de cerveja, já que é uma experiência gastronômica e cada um tem o seu paladar”, lembra Padilha.
O especialista explica que a cerveja permite mais harmonizações do que o vinho, que dificilmente se harmoniza com pratos à base de ovo ou aspargos, por exemplo. Outro costume brasileiro é o de não beber cerveja durante as refeições. E os poucos que bebem, raramente harmonizam.
Como não podia deixar de ser, o apreciador tem outra dica “na sua humilde opinião”.
Elege a Falke Bier Vivre pour Vivre, estilo fruit beer, com suco de jabuticaba na
composição, como uma das mais complexas cervejas já produzidas no Brasil, resultado de muitos processos e anos de experimentações.
E lembra: assim como os vinhos, também há cervejas que evoluem e podem ser guardadas por até 25 anos. São as chamadas ‘cervejas de guarda’. Como um organismo vivo, elas mudam e ganham características distintas a cada época desta trajetória.
Sobre Fagga | GL events:
O Grupo GL events Brasil é a operação brasileira da segunda maior empresa do mundo no setor de eventos, a francesa GL events. O grupo administra três subsidiárias – Fagga Eventos, Top Gourmet e Aedita Latina Editora – e realiza a gestão de três espaços para eventos – Riocentro e HSBC Arena, no Rio de Janeiro; e o Estação Convention Center, em Curitiba. A GL events Brasil segue o modelo de negócios da multinacional da qual faz parte e amplia a sua participação no mercado por meio da oferta de serviços completos na organização de eventos, consolidando posições de destaque em muitos destinos do Brasil.
A Fagga Eventos se tornou subsidiária do Grupo GL events Brasil em 2006, mas sua experiência no mercado nacional soma mais de quatro décadas, ultrapassando a marca de 2,5 mil eventos realizados no Brasil e 250 no exterior, o que faz dela uma das maiores empresas do setor. Atualmente realiza cerca de 20 feiras anuais e eventos corporativos. Entre os segmentos e produtos de maior destaque estão as feiras dos setores de moda e beleza, construção, saneamento e infraestrutura, cultura, esporte, entre outros. No portfólio corporativo somam clientes como Petrobrás, Tim, Ampla, Rede Globo, Souza Cruz, Editora Moderna, Ale, Michelin, Loreal, Esso e Cosan.
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