Reginaldo Gonçalves*
No mundo da informação, a
transparência é um dos ícones para deixar claras as regras entre dados,
contratos e negócios. É dessa forma que uma sociedade cresce e supera os obstáculos
das desigualdades sociais, com melhor cultura, condições de vida e soberania.
O que não é possível é que os brasileiros continuem acreditando que o País não tem corrupção e fiquem surpresos quando ouvem notícias sobre o tema e da forma como atuam corruptos e corruptores, como foi o caso do Hospital Pediátrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois de veiculada a reportagem, há um dinamismo incrível dos órgãos de fiscalização no sentido de encontrar o que ainda não tinha sido descoberto... Infelizmente para os brasileiros em geral, um momento de revolta depois vira bonança. O reflexo foi muito pequeno e dificilmente isso irá propagar-se, sendo apenas punidos os envolvidos que apareceram. Porém, sabemos que, depois de um tempo, estarão trabalhando em nome de terceiros.
A corrupção no País é prática desde o engodo relativo ao Tratado de Tordesilhas. Os portugueses já vinham explorando pau Brasil e outros produtos e, quando o acordo foi efetuado com a Espanha houve a expansão da área territorial, para que os espanhóis não se beneficiassem do território já explorado, há algum tempo. Hoje, essa situação não envolve somente órgãos públicos, mas também a área privada de grandes empresas. Muitas vezes, busca-se compensar a deficiência da gestão com a minimização das perdas, por meio do desvio de recursos ou roubos.
Para se verificar a situação de aceitação da própria população, vemos todos os dias as práticas abusivas até nos transportes coletivos. No “querer levar vantagem”, muitas pessoas deixam de pagar o transporte por conta de invasão, fraudes em bilhetes etc.
O custo da corrupção no Brasil, estimado pela FIESP, gira em torno de R$ 50 bilhões a R$ 85 bilhões. Não precisamos ir longe. Os filmes “Tropa de Elite I e II” deixam bem claro como funciona a corrupção e o que fazem com quem não participa efetivamente dos negócios escusos. Está na hora de existir alguns capitães Nascimento para demonstrar que ser honesto é questão de virtude, liberdade e respeito com o próximo e acreditar que tanto o Brasil como o mundo têm jeito.
*Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis
daFASM (Faculdade Santa Marcelina).
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