Estudo revela que 63%
dos paulistanos realiza compras pela internet e que as informações em redes
sociais influenciam as compras de metade dos internautas
O
e-commerce já atinge mais da metade dos paulistanos. Segundo a 4° Pesquisa
sobre o Comportamento dos Usuários da Internet, realizada pela Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), 62,71% dos paulistanos têm o hábito de realizar compras
pela internet. Um crescimento de 11,21 pontos porcentuais (p.p.) em relação a
2011.
De acordo com o estudo, que será divulgado
durante o 4° Congresso de Crimes Eletrônicos e Formas de Proteção, que acontece
nos dias 23 e 24 de agosto, na sede da FecomercioSP, a praticidade continua
sendo o principal atrativo para a realização de compras pela internet. Contudo,
o total de usuários que afirmou ser esta a principal razão para realizar
compras na rede caiu 54,46% em 2011, para 39,27% este ano. A variedade de
produtos, inclusive com alguns importados sendo vendidos para o mercado
nacional somente pela internet, e o marketing foram as razões que mais ganharam
espaço, sendo mencionadas por, respectivamente, 11,13% e 5,56% dos paulistanos.
Avanço de 10,16 p.p. e 5,37p.p..
Entretanto, preço e confiança na empresa
ainda são o segundo e o terceiro motivos que mais atraem consumidores para os
sites de compras. Sendo que o preço, frequentemente menor do que em lojas
físicas, é apontado por 25,12% dos paulistanos como a principal motivação para
realizar compras na internet e a confiança, por 16,38%.
Entre as razões para não aderir ao
e-commerce, o receio de fraudes é o que influencia a maior parte da população,
61,04%. Medo que se disseminou ao longo do ultimo ano, já que, em 2011, ele
atingia 52,69% dos paulistanos. A necessidade de ver pessoalmente o produto
antes da compra é apontada com um fator impeditivo por 12,55% das pessoas. Um
avanço em relação ao ano anterior, quando 23,15% dos paulistanos afirmavam que
não se sentiam à vontade para comprar sem antes poder ver ou manusear o
produto. O custo final da compra, após somar o frete ao preço do produto,
deixou de ser um empecilho para a maior parte dos usuários da reclamavam do
custo do frete. Hoje, a questão é apontada somente por 2,16% dos internautas.
Taxa 15,5 p.p. abaixo da registrada em 2011. Por outro lado, o receio de não
receber um produto aumentou 10,19 p.p. e agora aflige 10,39% dos paulistanos.
A Assessoria Técnica da FecomercioSP pondera
que a falta de informações claras e objetivas a respeito dos produtos e
serviços que são oferecidos na internet, apesar de ter avançado, ainda é
um grande problema. Entre 2011 e 2012, houve incremento de 4,15 p.p. no
total de internautas que se sentem satisfeitos com os dados fornecidos sobre as
mercadorias nos sites de compra, contudo, estes ainda são somente 47,66% do
total. O que indica que ainda há muito por fazer.
Segurança
Cresceu o número de internautas que já foi
vítima de algum crime eletrônico. Segundo a pesquisa, hoje, este total é de
12,76% ante 8,48% registrados no ano anterior. A pesquisa aponta, também, que
os homens são mais suscetíveis a essas práticas do que as mulheres, sendo que
15,59% da população masculina diz já ter sido vítima de um crime eletrônico
enquanto 10,15% das mulheres afirmam o mesmo.
A não entrega do produto comprado é o crime
mais comum, atingindo 28,13% dos internautas que afirmam já terem sido vítimas
de um crime eletrônico. Em seguida, afetando 21,09% deste público, está a
clonagem de cartão. Em terceiro lugar, empatados com 10,16%, estão o uso de
dados pessoais, compras indevidas realizadas por meio do cartão de crédito e o
desvio de dinheiro da conta bancária – que até 2011 era o crime mais comumente
praticado por meio eletrônico. Clonagem de página pessoal em site de relacionamento
(7,81%) e entrega de produto errado ou com defeito e não efetuação da troca
(7,03%) são outros crimes relatados com frequência.
O Boletim de Ocorrência (BO) foi feito por
24,22% das vítimas de crimes eletrônicos e em 14,06% dos casos, o internauta
lesado procurou a Fundação de Proteção e Defesa ao Consumidor (Procon). Os
bancos fizeram o reembolso em 20,31% das ocorrências e 13,28% dos internautas
vítimas de crimes eletrônicos optaram pelo cancelamento dos cartões de crédito
e/ou débito. Com relação à clonagem de páginas pessoais, somente em 3,13% das
vezes a solução foi encerrar a conta no site – porcentual 16,87 pontos menor do
que o registrado em 2011.
Após ter sido vítima de um crime eletrônico,
27,34% dos internautas não voltam a realizar compras pela internet. O número é
2,07 p.p. menor do que o registrado no ano passado e demonstra que os
paulistanos estão aprendendo com os erros e procurando se proteger ao invés de
simplesmente abandonar as vantagens oferecidas pela internet. Prova disso é que
o total de pessoas que usa algum software de proteção, como os antivírus, subiu
de 76,85% para 79,86%.
Redes Sociais
A maior parte dos internautas participa de
redes sociais. De acordo com o estudo da FecomercioSP, 87,94% dos internautas
da capital paulista fazem parte de ao menos uma dessas redes. Entre as pessoas
com mais de 18 anos e menos de 35, o total é ainda maior, 92,08%. Já entre o
público que tem entre 35 e 70 anos, o total saltou de 73,27%, em 2011, para
81,61%, uma diferença de 8,34 p.p..
O estudo mostra, também, que pouco mais de um
quarto, ou 25,17% dos internautas que acessam redes sociais afirmam realizar
compras por meio delas. Dentre as pessoas que não realizam compras pelas redes
sociais, 18,79% se mostraram propensos a aderir a esta forma de comércio. Além
disso, a pesquisa revela, ainda, que as informações veiculadas nessas redes
influencias as decisões de compra (seja online ou não) de 48,64% dos
internautas. Um mercado que não pode deixar de ser considerado por qualquer
empresa.
A rede social mais utilizada deixou de ser o
Orkut, que viu sua penetração recuar de 74,91% para 49,89% entre 2011 e 2012. O
número, contudo, já vinha caindo nos anos anteriores. No caminho inverso, o
Facebook tem conquistado cada vez mais frequentadores. Somente este ano, o site
de relacionamentos criado por Mark Zuckerberg registrou um aumento de 35,98
p.p. no total de visitantes, e agora atinge 90,02% dos paulistanos que acessam
as redes sociais. O Twitter também teve um aumento expressivo, de 11,89 p.p., e
agora é utilizado por 30,95% dos internautas. Já o comunicador MSN viu seu
público recuar de 66,1% para 49,89%.
Nota metodológica
A Pesquisa sobre o Comportamento dos Usuários da
Internet foi realizada no mês de maio de 2012 com 1.000 entrevistados no
município de São Paulo e tem como objetivo identificar hábitos de consumo na
internet, uso de redes sociais e questões relacionadas aos crimes eletrônicos.