Da
construção civil à saúde, educação e escritórios de advocacia. Empresas de
diversos segmentos apostam na TI para otimizar gestão, reduzir riscos e atuar
estrategicamente no mercado.
Segundo a 23ª Pesquisa Anual de Tecnologia da
Informação, divulgada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (GVcia)
da Fundação Getulio Vargas (FGV) o investimento das empresas brasileiras nos
últimos quatro anos em TI dobrou, passando de cerca de 3,5% do faturamento em
2008 para 7% em 2012. De acordo com análise da empresa de pesquisas em TI, Gartner,
o Brasil será o terceiro mercado com maior crescimento de TI em 2012 no mundo,
atrás apenas da China e Índia. Esses números, além de indicar o crescimento da
participação do segmento de TI na economia brasileira, revelam que o setor tem
crescido em importância na gestão estratégica das empresas e mais - a TI está
deixando de ser uma fonte de despesas para as organizações e se transformando
em uma fonte de receita e diferencial no mercado.
Segundo Eros Viggiano, um dos fundadores da Arkhi,
empresa sediada em Belo Horizonte e focada no desenvolvimento de soluções
estratégicas para empresas, a TI está deixando de ser vista como uma forma de
automatizar processos com eficiência. "A tecnologia pode integrar o
próprio negócio e ser desenvolvida como um importante diferencial competitivo.
Empresas que integram a TI à gestão do negócio podem utilizá-la como plataforma
para inovação e desenvolvimento de novos serviços, produtos e linhas de
negócio. Além de um mero centro de custo, a TI pode servir como um centro de
receita", afirma.
A própria trajetória da Arkhi começou a partir da
constatação desse potencial da TI como elemento estratégico para as
organizações. A empresa surgiu em 2009, através da sociedade de três
profissionais que montaram uma consultoria. Hoje, a Arkhi expandiu sua atuação,
conta com uma equipe de cerca de 50 profissionais e tem como meta tornar-se uma
empresa referência na área, oferecendo soluções completas e inovadoras capazes
de transformar negócios. Dentre os clientes da empresa, estão Unimed BH, a PUC
Minas e a Araújo.
Construção civil mais ágil
A TI tem conquistado espaço na gestão até mesmo em
setores tradicionais, como a construção civil. Segundo Felipe Horta, CEO da
Platão Inovação e Sistemas, empresa mineira desenvolvedora de softwares para a
área de serviços, os setores estratégicos das empresas de construção civil têm
buscado técnicas de planejamento, controle da produção e gestão de obras,
sobretudo, visando a redução de custos e diminuição de riscos. "O mercado
de construção no Brasil está percebendo que a tecnologia pode e deve ser
utilizada não apenas para a otimização de processos e diminuição de custos, mas
como parte integrante da gestão estratégica dos seus empreendimentos",
comenta.
A partir dessa demanda, a Platão desenvolveu um
sistema ERP inteligente voltado ao setor de engenharia, que reúne de forma
interativa todas as informações que uma construtora precisa. "Por exemplo,
se foi feito um cadastro para uma obra de 10 sacos de cimento o sistema não
permite a compra de 11. O software também aponta o melhor preço de cada
produto, por fornecedor. Fechado o negócio, ele faz um alerta cinco dias antes
da entrega. O sistema também permite acompanhar a evolução dos serviços
contratados e, se um engenheiro faz um pedido, o responsável pelo setor de
compras recebe um alerta imediato", detalha. O sistema funciona 100%
online e pode ser acessado de qualquer ponto com internet, inclusive, por
tablets e smartphones.
Para o sócio da RKM Engenharia, Ricardo Alfeu, o
momento é propício para soluções em TI especializadas no setor de construção,
mas as construtoras buscam sistemas de fácil acesso e de baixo custo de
implementação. "A RKM tem 20 anos e já usou diversos sistemas muito
avançados que existem no mercado, mas nenhum atendeu completamente. Em muitos
casos o programa é até completo, mas precisa de uma equipe de TI interna para
cuidar dele, o que encarece bastante para a empresa. Já o sistema da Platão é
de simples acesso. Na RKM, o sistema é usado desde o presidente até a faxineira",
avalia.
Advogados organizados
A competitividade entre escritórios de advocacia vem
motivando uma mudança de gestão fundamentada no uso da tecnologia.
Especialistas afirmam que cerca de 10 mil firmas de advocacia no Brasil de
pequeno e médio porte ainda trabalham exclusivamente com planilhas do Excel e
necessitam profissionalizar a gestão administrativa com o objetivo de tornar o
negócio mais rentável. Nesse processo, os principais objetivos passam pela
necessidade de maior controle de custos, fortalecimento de marca institucional
e foco em diferenciais competitivos.
Prevendo as mudanças no mercado e a necessidade de uma
administração bem estruturada no meio jurídico, o escritório Azevedo Sette
adotou o software ADVWin, voltado para gestão jurídica e controle e gerência
financeira de empresas de serviços jurídicos, há mais de dez anos. De acordo
com o controller do escritório em São Paulo, Adilson Thomaz, o crescimento do
escritório e o aumento no volume dos trabalhos foi o principal sinal da necessidade
de adotar uma ferramenta de gestão. “Ganhamos controle na área jurídica, o
histórico das operações na área e acompanhamento das ações que trouxe, como
reflexo, mais segurança da informação e processos financeiros mais eficientes e
integrados”, afirma. Segundo Adilson, apesar de todos os benefícios já
alcançados, a possibilidade de customizar o software de acordo com as
necessidades da empresa é uma oportunidade a ser explorada ainda,
principalmente em relação à automatização dos processos internos.
Segundo o diretor da TWT Info, Marco Flávio Neto, o
ADVWin é um software completo porque comporta diversos módulos gestores que
possibilitam a gestão completa do escritório ou departamento jurídico, enquanto
alguns softwares se limitam à gestão de prazos, contratos e processos. “Quando
um escritório ou empresa investe em tecnologia por meio de um software de
gestão, a empresa terá um faturamento 100% alinhado, as informações estarão
disponíveis para todos possibilitando um maior controle e apoio nas tomada de
decisões estratégicas”, afirma.
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