Por Dane Avanzi
A mudança do tradicional meio
de comunicação à distância, a telefonia fixa, para
as novas ferramentas da tecnologia da informação, que incluem internet,
telefonia móvel e os serviços de computação na nuvem (armazenamento de dados online), representa um desafio sem precedentes para a indústria
de telecomunicações e para as agências reguladoras em geral. Sem exageros, trata-se da maior transição da história da
indústria de telecomunicações desde a primeira grande rede mundial construída
em 1848, quando o sistema de telégrafos de todos os países europeus foram
padronizados e unificados em uma rede única.
Tais mudanças sísmicas
transformaram o mundo simples do telégrafo e criaram a telefonia fixa, seguida
por sistemas de satélite, digitalização de redes, implantação de redes de fibra
óptica e banda larga e em 1990 a telefonia móvel
celular. Esses avanços culminaram na ruptura de diversos paradigmas. Hoje, além
do ambiente de transição, fruto do avanço tecnológico, registramos mudanças
significativas no comportamento do consumidor em todo o mundo, que ao que
parece, demonstra sua preferência por tecnologias móveis.
Segundo informações da UIT
(União Internacional das Telecomunicações), em 2011, duas vezes mais pessoas no
mundo acessaram a internet por dispositivos móveis em relação aos assinantes
que utilizavam o serviço fixo. Nesse contexto,
mobilidade resume-se pela facilidade de acessar conteúdos como vídeos, imagens
e textos, em qualquer lugar a qualquer hora. Tal preferência do consumidor
reflete um novo estilo de vida e uma nova relação da sociedade com o trabalho,
o lazer e a interação com os amigos e a família.
Na indústria multimídia, por exemplo, é cada
vez mais comum a prática de produzir e distribuir conteúdos pela internet. Hoje
existem disponíveis na web uma quantidade infindável de músicas, filmes,
podcasts, jornais e revistas de todo o mundo, além de estações de rádio e TV,
todas com conteúdo online.
Somando-se a esse fato, a produtividade que
pode ser obtida em smartphones e outros dispositivos portáteis como gadgets,
nos faz entender porque vivemos uma revolução também na disponibilização de
conteúdo. Em termos históricos, no que tange ao conteúdo, desde Guttemberg não
se via uma revolução de como a informação pode ser criada, armazenada e
distribuída. Eis aqui uma nova estética: a e-mídia.
Face a esse cenário, as operadoras de
telefonia fixa reagem criando serviços de computação em nuvem, fornecendo
pacotes de serviços de TV a cabo e comprando empresas de telefonia móvel -
sendo seu maior trunfo a infraestrutura gigantesca que foi construída pelas
teles estatais que hoje suportam inclusive muitas atividades das operadoras
móveis. Aliás, entre as operadoras de telefonia fixa e móvel existem relações
de concorrência, parceria e prestação de serviço (fixa para móvel) que variam
dependendo da localidade e do interesse em questão.
A tendência é o ambiente ficar cada vez mais
disputado (operadora de telefonia vendendo TV por assinatura, TV por assinatura
vendendo linha fixa, operadora fixa vendendo linha móvel)
com o aumento de oferta de serviços de telecomunicações ao consumidor - que
deve ficar atento e adquirir planos de serviços adequados a seu perfil de
consumo e somente fechar com uma operadora após haver pesquisado todas as
alternativas disponíveis no mercado. Fica a dica.
Dane Avanzi e advogado especializado em
telecomunicações, diretor superintendente do Instituto Avanzi, entidade sem
fins lucrativos de defesa dos direitos do consumidor de telecomunicações.
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