(Embora esteja prestes a atingir 500 mil
desenvolvedores, País sente a falta de profissionais com novas habilidades em
interfaces naturais e tecnologia empregada nos objetos do dia a dia)
O Brasil irá superar, em dois anos, uma
população de 500 mil desenvolvedores de software, segundo dados da The Evans
Group. Entretanto, ainda assim, é forte a carência de técnicos preparados para
os novos nichos desse mercado, como robótica, eletrônica embarcada, aplicações
comerciais de rádio freqüência (RFID) e produtos com recursos de realidade
aumentada. A necessidade de se reduzir esta defasagem foi um dos pontos
discutidos no recente encontro TDC - The Developers Congress, que reuniu
desenvolvedores de todo o país, em meados de julho, em São Paulo.
Durante o encontro do setor a gigante dos processadores
Intel apresentou novos detalhes de sua nova linguagem para a criação de
interfaces naturais, um dos novos nichos da TI que abrirão grandes
oportunidades de negócio e trabalho para os profissionais de projeto. Através de
sua subsidiária brasileira, a Intel está empenhada em difundir a nova
tecnologia, a fim de criar uma massa crítica local de desenvolvimento nessa
área.
Denominada Perceptual Computing, a nova tecnologia supera
significativamente a experiência das telas sensíveis ao toque, permitindo que o
usuário interaja com o computador numa perspectiva tridimensional, apenas
gesticulando frente à tela.
Através de movimentos livres de mão, a nova interface da
Intel permite ao usuário fazer todas as tarefas básicas, como arrastar uma
página ou aumentar uma fotografia sem tocar em qualquer dispositivo. Mas
pode-se ir muito além. Semelhante ao gesto do artista, que esculpe a matéria
prima com as mãos, a nova tecnologia da Intel permite que um engenheiro 'molde'
o seu protótipo virtual, na tela do computador, utilizando os próprios dedos. A
Perceptual revoluciona também o reconhecimento de face e torna muito mais
intuitiva a intimidade entre o usuário e a máquina.
O TDC contou ainda com o apoio de empresas como IBM,
Microsoft e os provedores brasileiros UOL e Websolute. No evento, se debateu a
necessidade de profissionais com capacidades renovadas para atender à crescente
demanda de apps e software embarcado em produtos do dia a dia, como roupas,
eletrodomésticos e itens da residência.
Um mercado de US$ 169
Bilhões no Brasil
Pelos dados recentes do IDC, o Brasil tornou-se a quarta
maior economia global em consumo de bens de TIC (TI e Telecom), com um
dispêndio anual nessa área de US$ 169 bilhões, atrás apenas dos EUA, Japão e
China. Mas ainda segundo o IDC, a defasagem de técnicos em desenvolvimento
circula na faixa de 117 mil profissionais, o que representa um grande gargalo
para o avanço dessa indústria.
Entretanto, a julgar pela sofisticação dos temas levados
ao TDC e pela grande afluência de participantes, mesmo com a defasagem
numérica, a população local de desenvolvedores está fortemente empenhada em
vencer sua defasagem tecnológica e - além de temas como a Perceptual e novas
linguagens de programação - já está dominando formas emergentes de conformação
das tecnologias de entrega de serviços baseados em software, como data centers
virtuais e computação em nuvem.
De acordo com Luiz Gustavo Schedel, Diretor da Websolute,
é estratégico para o Brasil estruturar plataformas consistentes de computação
em nuvem para suportar a utilização prática de todas estas novas tecnologias de
forma rápida e não ideológica; isto é, sem colocar limites de funcionamento
atrelados a questões como a linguagem utilizada ou o tipo de hardware de
acionamento. "O grande mosaico tecnológico, apresentado no TDC, nos dá uma
clara dimensão das grandes mudanças que estão ocorrendo na indústria brasileira
de software", afirma o executivo.
Recentemente, a Websolute protagonizou a introdução no
País da nuvem Jelastic de processamento para apps, uma estrutura que permite
rodar qualquer tipo de aplicação com praticamente todas as linguagens a custos
equilibrados e estipulados sob demanda.
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