Ministro
da Saúde confirma meta do governo; para diretor-presidente da Fehosp, a decisão
ainda não resolve a crise
Em
recente entrevista à Rádio Clube FM, o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha,
anunciou um reajuste de 50% nos procedimentos de média complexidade da Tabela
SUS (Sistema Único de Saúde), incluindo atendimentos, exames e cirurgias. As
medidas anunciadas ainda não coincidem com as expectativas do setor,
documentadas em uma carta elaborada durante o 23º Congresso da CMB em Brasília,
que reuniu mais de 600 entidades.
De
acordo com o documento, “as negociações ainda estão distantes das necessidades
apresentadas, especialmente no reajuste de 100% da tabela de contraprestação do
SUS”. Ainda segundo o ofício, as instituições reconhecem que o Incentivo à
Contratualização (IAC) na assistência de média complexidade representa uma
primeira etapa de atenção aos principais pleitos, assim como o PL que trata das
dívidas tributárias, mas nele reforçam a necessidade de garantias e
encaminhamento de soluções sequenciais para as demais etapas necessárias à sua
sobrevivência, notadamente a integralização do reajuste solicitado e o
endividamento com o sistema financeiro.
Para
o diretor-presidente da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais
Beneficentes do Estado de São Paulo), Edson Rogatti, a iniciativa é boa, mas
não suficiente a ponto de resolver a situação das entidades. “A reação do
governo é positiva e será um sopro de esperanças, mas ainda precisam reconhecer
que as Santas Casas são essenciais, porque são responsáveis por mais de 50% das
internações feitas pelo SUS”, explica.
Rogatti
ainda explica que as instituições vivem uma profunda crise de sustentabilidade
e endividamento. “A deficiência das mais de 2 mil Santas Casas e hospitais
filantrópicos se arrasta há anos. Por isso, o reajuste de 100% na Tabela SUS
ainda é nosso objetivo, pois somente assim as entidades poderão se salvar de um
colapso para o setor”.
Entre
as outras reivindicações da Carta, encontra-se, por exemplo, a declaração do
estado permanente de assembleia geral do segmento, esperando que o setor Saúde
efetivamente receba das instâncias governamentais a atenção prioritária que a
população brasileira tem exigido.
A
Comissão da Fehosp irá dar continuidade aos trabalhos pleiteando e apontando as
principais defasagens da tabela para que o setor encontre equilíbrio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário