Salinas, no
Equador, é um dos cases de sucesso do 2º Fórum Mundial de Desenvolvimento
Local.
De
cidade pobre e marginalizada na década de 1970, Salinas, localizada na
Província de Bolivar, no Equador, vive hoje uma pujança econômica. A
transformação não ocorreu por acaso. A cidade enfrentou a pobreza e a
marginalização apostando num arranjo produtivo local: o cooperativismo.
A
experiência de Salinas – não confundir com o balneário de Salinas, o principal
do Equador – é um dos cases de sucesso que serão apresentados no 2º Fórum
Mundial de Desenvolvimento Local, que acontece no dia 29 a 1º de outubro, em
Foz do Iguaçu.
Durante
o fórum, mais de 3 mil pessoas de todos os cinco continentes vêm propor e
discutir soluções que possibilitem a cada território explorar suas
potencialidades, criando assim a própria estratégia de desenvolvimento, com uma
visão de longo prazo e de sustentabilidade – econômica, social e ambiental. O
evento será um espaço de aprendizado, troca de experiências, indução e
colaboração na execução de políticas públicas.
Em
economia, arranjo produtivo é o estabelecimento de uma rede de relações entre
agroindústrias, instituições públicas, instituições de ensino e organizações
não governamentais a fim de articular ações para o desenvolvimento sustentável.
Esse modelo é baseado mais em cooperação do que na competição. A cultura
organizativa é fundamental para o sucesso da iniciativa.
Agroindústria e turismo
O
salto de Salinas rumo à agroindustrialização se deu com o apoio e a ajuda de
voluntários da missão salesiana da Igreja Católica. A partir da cultura
organizativa a cidade se uniu, cooperou e prosperou, abrindo fontes de trabalho
para toda a população local.
Um
dos filões do município é o turismo regional, que contribui para a
comercialização de produtos como queijo e chocolate, que têm também grande
aceitação no mercado europeu.
O
comércio é a etapa final da cadeia completa de produção e venda de produtos de
Salinas.
Referência
Localizada
a cinco horas de viagem da capital do Equador, Quito, Salinas é uma cidade de
apenas 10 mil habitantes, formada por 30 comunidades, hoje considerada uma
referência em economia popular e solidária.
As
comunidades do município fazem parte do Grupo El Salinerito, constituído por 50
microempresas, que empregam 200 trabalhadores fixos e contam com 900 produtores
associados e mais de 2.500 sócios em todas as cooperativas de produção.
O
grupo comercializa no mercado local e exporta para Itália, Alemanha e Japão
cerca de 150 produtos, entre os quais chocolates, queijos, tecidos, frutas
desidratadas e chás de ervas medicinais.
Depois do sal
Salinas,
até o final dos anos 1960, vivia basicamente das minas de sal iodado
naturalmente, abundante na região (e de onde vem o nome da cidade). Mas, quando
entrou no mercado o sal marinho iodado, a preço mais baixo, a economia do
município entrou em crise e muita gente teve que emigrar.
Mas
a salvação do município – e a garantia de sobrevivência da população – veio com
uma experiência de cooperativismo trazida por voluntários italianos, a partir
de 1970. Eles vieram, a pedido da igreja local, para dar atenção social aos
pobres de Salinas, onde a mortalidade infantil chegava a 45% e as condições
sanitárias eram precaríssimas.
Para
atendimento à população carente – a maioria dos moradores – os voluntários
criaram uma organização popular de solidariedade. Foi essa organização que
criou a primeira cooperativa de crédito de Salinas, que fomentou a produção de
produtos lácteos, especialmente o queijo, e ainda hoje faz parte do Grupo
Salinas.
Com
o tempo, foram constituídas cooperativas reunindo produtores de chocolates,
tecidos e doces, por exemplo, amparadas pela produção de microempresas.
O
trabalho das cooperativas de Salinas conta com apoio de órgãos governamentais,
interessados em que a experiência possa ser replicada em outras localidades do
país. Atrai, também, especialistas e representantes de ONGs de economia solidária
de outros países.
Turismo
A
maioria das famílias já não é mais pobre como antigamente. Algumas dependem de
salários, outras de ganhos e demais benefícios garantidos pelas cooperativas. E
há ainda quem vá além.
Para
aproveitar o desenvolvimento comunitário de Salinas, há pessoas que se tornam
ainda empreendedores individuais, abrindo restaurantes e outros serviços do
povoado, para atender inclusive ao crescente turismo.
Interesse
Os
visitantes chegam ao pequeno município, localizado nos Andes equatorianos, já
sabendo que ali encontrarão uma história diferente de economia solidária e
turismo comunitário. De quebra, poderão provar alguns dos melhores queijos e
chocolates do mundo.
Os
visitantes são atendidos pelo Grupo de Turismo Comunitário, formado por jovens
guias, que acompanham o viajante oferecem assessoria em atividades como
caminhadas, ciclismo de montanha e passeios até cascatas e lagos.
Périplo
Para
conhecer a cidade, é preciso primeiro ir às minas de sal, local onde desde
antes dos espanhóis chegarem ao continente os habitantes locais extraíam o
mineral. Depois, às fábricas de queijos, de chocolates e de doces. Dá para
conhecer ainda o trabalho numa fábrica de tecidos feitos à base de lã de alpaca
ou de ovelha.
E
pode comprar os produtos sem susto. Têm qualidade e os preços são corretos. Em
Salinas, pratica-se a economia solidária e o comércio justo, dois conceitos que
se tornam possíveis com o cooperativismo.
O
sucesso da economia salinense atrai moradores de outras comunidades em busca de
trabalho em suas indústrias, situação bem diferente de 40 anos atrás, quando a
região também enfrentava o êxodo do campo.
Dados gerais
A
população campesina de Salinas está agrupada em 28 organizações de base (todas
elas cooperativas de economia e crédito), uma organização de segundo grau (a
Funorsal, sem fins lucrativos, visando a promoção integral dos grupos e
organizações campesinas de Salinas), e a Comina Matiaví-Salinas, que administra
o uso das terras da comunidade.
As
organizações de Salinas, com apoio de instituições e promotores externos,
criaram mais de 520 postos de trabalho comunitário principalmente na
agroindústria.
Elas
compraram quase todas as terras colocadas à venda no município, pagando-as em
curto tempo, com o fruto dos trabalhos e mantendo assim a propriedade
comunitária. A população reflorestou 3.500 hectares de terreno, principalmente
na região serrana.
Funcionam
na região 22 queijarias rurais, duas fábricas de embutidos, uma fábrica de
tecidos, uma carpintaria, três centros de coleta, várias tendas comunais,
pequenas fábricas de tecidos e botões, outras de sorvetes, torrones e geleias,
panificadoras, restaurante, oficinas artesanais e outras atividades.
A
contabilidade e a administração dos recursos em circulação são transparentes e
a comunidade planeja a criação de um banco campesino.
Serviço:
O
Fórum Mundial acontece de 29 de outubro a 1º de novembro. As inscrições são
gratuitas. As vagas são limitadas a 3.500 pessoas.
Para
mais informações, acesse o endereço abaixo.
A Itaipu
A Itaipu Binacional é a maior usina de geração de
energia limpa e renovável do planeta e foi responsável, em 2012, pelo
abastecimento de 17,3% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 72,5% do
Paraguai. Em 2012, superou o próprio recorde mundial de produção e estabeleceu
a marca de 98.287.128 megawatts-hora (98,2 milhões de MWh). Desde 2003, Itaipu
tem como missão empresarial “gerar energia elétrica de qualidade, com responsabilidade
social e ambiental, impulsionando o desenvolvimento econômico, turístico e
tecnológico, sustentável, no Brasil e no Paraguai”. A empresa tem ainda como
visão de futuro chegar a 2020 como “a geradora de energia limpa e renovável com
o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do
mundo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a integração regional”.
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