Por Daniel
Domeneghetti
O
atual cenário competitivo do setor de telecomunicações, dentre as diversas variáveis que afetam, impactam ou direcionam as suas
estratégias possiveis se encontra incerto e mal formado, já que os seus
contornos e limites que ainda estão em formação. Os resultados desejados -
quando entendidos e planejados - carecem de fundamentação, sustentação de
resultados históricos consistentes, melhores práticas consagradas ou ainda
mesmo de benchmarks capazes de prover a segurança necessária para que se adote
um direcionamento - mesmo que traduza em enormes oportunidades e possibilidades
– é o fenômeno da convergência.
A convergência digital e tecnológica trouxe consigo a
consolidação da era da informação, do conhecimento e ajudou a fortalecer outros
fenômenos: o da globalização (macro-ambiente) e o da inserção dos consumidores
e clientes de forma ativa e direta na cadeia de influência competitiva das
empresas (produtos, serviços, marcas, outros consumidores, etc).
Neste cenário, todos os players de Telecomunicações e dos
demais setores da convergência, como Mídia, Internet, Eletro-Eletrônicos e TI,
se encontram imersos em uma grande rede de relações, relacionamentos, e,
consequentemente, de ações e reações determinadas pelo movimento de atores
situados e contextualizados em ambientes muito mais heterogêneos quando
comparados aos ambientes competitivos setoriais ou cadeias de valor
tradicionais de alguns anos atrás (na qual as fronteiras de relações eram
menores e mais bem conhecidas).
Hoje, praticamente todas as indústrias citadas são
impactadas pela convergência, porém algumas são diretamente responsáveis por
esse contexto, outras são refém do mesmo, outras influenciadoras de tendências
ou sustentadoras deste novo ambiente convergente… Cada papel – e seus riscos e
oportunidades – depende do histórico, competências, produto, serviço,
público-alvo, tecnologia, regulamentações locais, legislações, cultura de
país/região, dentre outras variáveis que estão ligadas a cada empresa.
No final das contas, Setores como Telecomunicações, TV,
Internet e Tecnologia da Informação serão os principais protagonistas do
fenômeno da convergência, na medida em que provêem o acesso ao ambiente
digital, permitem a comunicação nos diversos canais convergentes, desenvolvem
produtos e aplicativos ou prestam serviços convergentes, agregam conteúdo e
operam mídia, assim como desenvolvem e mantêm a infraestrutura, os sistemas e
as aplicações necessárias para que tudo seja convergente, seja direcionado para
um ponto comum, de junção.
O ambiente digital, ao unir a Tecnologia da Informação com as Telecomunicações e a TV, promoveu novos serviços e produtos e diversas combinações e possibilidades: Telefonia (fixa ou móvel + IP)=VOIP; serviços de áudio + vídeo + dados= Triple Play; serviços de áudio + vídeo + dados + wireless = Quad play; áudio + vídeo + Internet = streaming multimídia, etc.
O ambiente digital, ao unir a Tecnologia da Informação com as Telecomunicações e a TV, promoveu novos serviços e produtos e diversas combinações e possibilidades: Telefonia (fixa ou móvel + IP)=VOIP; serviços de áudio + vídeo + dados= Triple Play; serviços de áudio + vídeo + dados + wireless = Quad play; áudio + vídeo + Internet = streaming multimídia, etc.
Nesta realidade de mercado em que os limites entre as
indústrias tradicionais praticamente deixam de existir, com serviços e produtos
ofertados pelos players podendo ser substituídos uns pelos outros sem um grande
diferencial percebido, a lógica competitiva deve passar por estratégias de
consolidação de operações a fim de se construir cadeias de valor mais
eficientes em seus processos e mais eficazes na criação, comercialização e
prestação de serviços diferenciados, sejam eles traduzidos em preços,
atendimento e relacionamento, ou ainda em serviços de valor agregado que sejam
percebidos como tal por seus clientes.
Este jogo não espera por curvas de aprendizagem ou investimentos de
longo-prazo; os gigantes do Setor já estão se mobilizando com suas estratégias:
Vivo, Claro, TIM, Oi, Tefonica, Brasil Telecom, Embratel, NET, Portugal
Telecom, America Movil, Abril, Bandeirantes, Record, Globo, IG, Claro, UOL,
Globo.com, Nokia, Microsoft, Google, Apple etc …cada qual com estrutura, sua
cadeia de valor segundo suas diretrizes e visões estratégicas, pois, por
maiores que possam ser individualmente em determinado mercado, neste jogo,
convergir forças será mais do que necessário.
Sobre o autor
Daniel Domeneghetti, especialista em estratégia corporativa, top management
consulting, gestão de ativos intangíveis e valor sustentável, é sócio do Grupo
ECC e CEO da DOM Strategy Partners, boutique de consultoria 100% nacional
especializada em estratégia corporativa e gestão de ativos intangíveis,
responsável, dentre outras, pela formulação e modelagem da Metodologia IAM
(Intangible Assets Management), pelo PIB (Programa Intangíveis Brasil), pelo
Reputation Index e pelos principais cases de gestão de ativos intangíveis para
as 1000 maiores empresas do país. Também é sócio-fundador da E-Consulting
Corp., empresa líder em consultoria para Web, TI, Mídia, Telecom e Contact
Center, da K4B, primeira empresa de KPO do Brasil, atual presidente do
Instituto Titãs do Conhecimento e co-manager da empresa de investimentos
InVentures Participações. Co-autor do livro "Ativos Intangíveis, o Real
Valor das Empresas" (4ª. Ed), pela Editora Campus Elsevier. Além de
palestrante e articulista internacional.
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