O
carnaval brasileiro, antes considerado como um simples período de festa,
adquiriu com os anos personalidade como cultura do povo. A festa popular, por
meio de músicas, fantasias e dança, revela sentimentos e emoções dos
participantes, como alegria, amor e criatividade.
Em
cada região, o carnaval possui particularidades próprias. Os carros alegóricos,
blocos de rua, bonecos gigantes, fantasias exageradas, danças típicas e ritmos
musicais, embora pareçam diferentes em estilo, possuem uma semelhança importantíssima:
embelezam e divertem todas as cidades do país ao mesmo tempo.
Para
a instrutora do Espro - Ensino Social Profissionalizante, Sandra Ismael, o
carnaval é como uma grande apresentação teatral a céu aberto. "Fantasias e
alegorias se transformam em indumentárias teatrais, o palco é a avenida e a
bateria uma grande orquestra", afirma ela.
A
profissional foi introduzida ao carnaval paulista desde muito pequena. Seus
pais a levavam para assistir os desfiles ainda na Avenida São João. "Minha
família toda é apreciadora de samba. Tenho familiares espalhados por quase
todas as escolas de samba de São Paulo".
A
paixão por esta cultura, vinda de seus antepassados, fez com que Sandra
estudasse e entendesse melhor o significado desta grande festa, não só como uma
forma de divulgar o país, mas principalmente os valores que ela agrega a seus
participantes e admiradores, como a integração das comunidades, participação de
vários setores da sociedade e valorização da cultura popular.
Hoje,
ela é coordenadora da Ala das Crianças da Escola de Samba Império de Casa
Verde, no qual exige atenção redobrada, já que trabalha com crianças de 7 a 12
anos. Além dos ensaios, a instrutora faz reforço escolar, recria brincadeiras
antigas e esquecidas pelo tempo e tecnologia, trabalha coordenação motora com
atividades manuais e corporais, dramatizações e socialização. "O sorriso e
olhar de contentamento de cada um deles me motiva e me da energia para que eu
possa executar minhas atividades rotineiras em casa e no trabalho", declara.
Além
das atividades com as crianças, Sandra concilia seu tempo com a função de
instrutora de jovens no Espro, instituição que se dedica à formação e à
inserção de jovens no mercado de trabalho, que vivem em situação de
vulnerabilidade social.
Na função, Sandra tem o papel de compartilhar
ideias, conhecimentos e despertar nos jovens o espírito empreendedor, para que
eles possam aperfeiçoar-se e concorrer mais adequadamente às vagas que o
mercado oferece. "Quando se ama o que faz, qualquer esforço se desfaz e dá
lugar ao prazer de ver estes jovens encaminhados", revela.
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