Crianças com dificuldade de aprendizagem na escola, má alfabetização e falta de concentração podem ser vistas pelos pais e professores como desinteressadas e, até mesmo, preguiçosas. No entanto, o desempenho negativo na sala de aula pode ser sinal de dislexia – distúrbio que afeta a capacidade de ler e escrever.
“A dislexia é um distúrbio do funcionamento do cérebro para todo processamento linguístico. Devido a falhas nas conexões cerebrais, o disléxico não consegue associar o símbolo gráfico e as letras ao som que elas representam, o que dificulta à escrita, leitura e soletração”, diz Paulo Breinis, neurologista do Hospital São Luiz Jabaquara e Hospital da Criança.
Além das dificuldades de aprendizagem, o disléxico costuma apresentar atraso na fala, má coordenação motora e memorização de curto prazo, imaturidade e desinteresse por livros e quebra-cabeças. Caso a criança apresente esses sintomas, os pais e professores devem ficar atentos.
A dislexia é diagnosticada a partir dos oito anos de idade por meio de testes aplicados por uma equipe multidisciplinar formada por neuropsicólogo, pedagogo, psicólogo e fonoaudiólogo, antes desta faixa etária não é possível analisar o quadro com total precisão. Segundo o especialista, quanto mais tarde à dislexia for identificada, mais difícil ficará a alfabetização da criança. Além disso, o insucesso na sala de aula pode resultar em depressão e baixa autoestima.
Por se tratar de uma doença genética, a dislexia não tem cura. O que existe é a conscientização do problema e compreensão das limitações. “O tratamento da síndrome não é feito com medicação, mas sim com acompanhamento de pedagogos e fonoaudiólogos. Esses profissionais ensinam a criança a escrever e ler de acordo com suas restrições”, explica o neurologista.
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