Segundo pesquisa da Fiesp e do Ciesp, setor já fechou 62,5 mil postos de trabalho
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O setor manufatureiro paulista demitiu 27,5 mil funcionários em junho, o equivalente a uma queda de 1% ante maio deste ano, na comparação com ajuste sazonal. Esse é o pior resultado para o mês de junho na série histórica da pesquisa, iniciada em 2005, aponta a equipe de economia da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). De acordo com o levantamento do Nível de Emprego do Estado de São Paulo, elaborado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon), de janeiro a junho de 2015, a indústria paulista fechou 62,5 mil vagas, também o pior resultado em 10 anos, desde o início do trabalho. "Há anos, a indústria vem perdendo postos de trabalho, porém a violência da perda deste ano de 2015 surpreende", afirma o diretor do Depecon, Paulo Francini. "E a indústria não é o único setor surpreso, todos os setores também estão." Segundo Francini, a indústria de transformação paulista deve encerrar este ano com pelo menos 150 mil empregos a menos na comparação com 2014, quando já houve perda de cerca de 130 mil postos de trabalho. "Estamos surpresos, perplexos e tristes com a redução que estamos sofrendo e não vemos o seu término. Não sentimos que o pé bateu no fundo do poço para, agora, tomarmos impulso para voltar a subir", diz o diretor. Se comparada com a situação em junho de 2014, a indústria paulista chegou a junho deste ano com um saldo negativo de 191 mil empregos. E de acordo com Francini, a pesquisa registrou recorde de perdas em praticamente todas as leituras e deve encerrar 2015 "superando todo e qualquer outro ano anterior" em termos de baixas. Setores Da perda de 27,5 mil postos em junho, 1.987 demissões são da parte do setor de açúcar e álcool, as usinas, enquanto os demais 25.513 foram demitidos pela restante da indústria de transformação. O Depecon apura a situação de emprego em 22 setores. Em junho, 18 informaram demissões, três anotaram estabilidade em seu quadro de funcionários e apenas um contratou. Este também é o pior cenário para o mês de junho desde o início da pesquisa, em 2005. A indústria de veículos automotores continua sendo um dos setores que mais demitem ao longo dos meses. Em junho, o setor desligou 4.691 funcionários. Na esteira, o segmento de máquinas e equipamentos também exibiu significativas baixas, com a demissão de 4.081 trabalhadores. Regiões Das 36 regiões avaliadas, 30 computaram baixa no mercado de trabalho de sua indústria, cinco ficaram positivas e uma ficou estável. Entre as altas, destaque para Matão, com ganho de 0,48%, impulsionado pelo setor de produtos alimentícios (3,95%). A região de Presidente Prudente também anotou alta, de 0,45% em junho, influenciada por contratações nos segmentos de minerais não-metálicos (7,14%) e de coque, petróleo e biocombustível (1,77%). E Santos registrou ligeiro crescimento de 0,31%, puxado pelas indústrias de confecção de artigos do vestuário e acessórios (3,29%) e de produtos alimentícios (1,02%). No campo das baixas, a região de São Carlos se destacou, com queda de 4,56% no emprego industrial, em meio a perdas nos setores de máquinas e materiais elétricos (-1,06%) e de produtos alimentícios (-6,15%). O mercado de trabalho da indústria de Bauru também registrou perdas significativas, de 3,30% no mês passado contra o mês anterior, abatido pelo desempenho negativo nos segmentos de máquinas e equipamentos (-13,70%) e de confecção de artigos do vestuário (-4,25%). E a região de Piracicaba computou baixa de 2,16%, influenciada pela queda em veículos automotores e autopeças (-6,94%) e produtos alimentícios (-4,31%). |
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