Um
sorriso bonito tem tanto poder em determinadas situações, que não se
pode abrir mão desse recurso importante nos relacionamentos pessoais e
profissionais. Mas, que critérios são usados para classificar um
sorriso? De acordo com o cirurgião-dentista José Peixoto Ferrão Junior, que vai dar uma aula sobre o tema no dia 3/2, das 16h30 às 18h, durante o 35º CIOSP – Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo,
o sorriso é resultado de um equilíbrio entre a exposição dos dentes e
da gengiva durante a contração dos músculos em torno da boca. Sendo
assim, importa avaliar não só a cor, forma e a posição dos dentes, como
também a quantidade de gengiva aparente e sua coloração.
“As
gengivas podem comprometer bastante o sorriso. Quando olhamos
diretamente para alguém, a simetria dos lados direito e esquerdo do
rosto torna a fisionomia mais harmônica. Também a gengiva desempenha um
papel fundamental nessa composição. Sua cor deve combinar com o tom da
pele e a porção da gengiva que fica aparente num sorriso espontâneo faz
toda a diferença no resultado final”, diz Ferrão Junior. O que nem todo
mundo sabe é que é possível corrigir esse aparente excesso de gengiva –
tecido mole que protege os dentes ao prover sustentação.
De
acordo com o especialista, o sorriso deve mostrar todo o esmalte dos
dentes, mas não suas raízes. Também deve ter todo um cuidado em relação a
pontos de inflamação ou sangramento, bem como garantir que as papilas
(porção de gengiva que preenche o espaço entre os dentes) estejam bem
preservadas. Quando há um excesso de gengiva num sorriso, temos o
conhecido ‘sorriso gengival’. “Assim que o diagnóstico de sorriso
gengival é feito, devemos avaliar a modalidade de tratamento que melhor
se adapta ao paciente. Uma técnica minimamente invasiva muito usada hoje
em dia é o uso da toxina botulínica tipo A. Ao impedir a contração dos
músculos, ela impede que a gengiva se evidencie sempre que o paciente
sorrir. Trata-se de uma excelente alternativa ao tratamento cirúrgico”,
diz Ferrão Junior.
O
cirurgião-dentista explica que os efeitos da toxina botulínica são
temporários, podendo durar entre três e seis meses, dependendo da
resposta do paciente. Entretanto, a reaplicação não deve acontecer antes
dos seis meses. “Depois desse período, ocorre um retorno da função
neuromuscular. Portanto, o tratamento com toxina botulínica não pode ser
considerado curativo, mas uma abordagem paliativa para a gestão do
problema. Por outro lado, outra grande vantagem dessa técnica é o fato
de ser totalmente reversível. Com isso, a aplicação da toxina botulínica
tipo A nos consultórios odontológicos tem sido cada vez mais usada,
tanto na correção do sorriso gengival, quanto em casos de desordens
temporomandibulares, assimetrias faciais, hipertrofia massetérica,
espasmo hemifacial, dor miofascial, bruxismo etc.”.
Quando
o paciente opta por uma intervenção definitiva, cirúrgica, se
submetendo a uma gengivoplastia, é possível mudar desde a cor dos
tecidos gengivais até a posição dos lábios. Em casos extremos, pode ser
necessário remover tecido ósseo para se reposicionar a gengiva de forma
adequada. Trata-se de um recurso invasivo e demanda tempo de recuperação
do paciente. As cirurgias plásticas gengivais são utilizadas para mudar
a cor de gengivas muito escuras, aumentar a faixa de tecido gengival,
cobrir raízes dentárias expostas, diminuir a discrepância que acontece
no sorriso gengival etc. As aplicações são várias, podendo ser restritas
a um único dente ou abranger todo o sorriso. Diante disso, cabe ao
paciente e seu cirurgião-dentista escolher a abordagem de tratamento
mais adequada caso a caso.
Fonte: Dr. José Peixoto Ferrão Junior, cirurgião-dentista, palestrante do
35º Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, que acontece entre 1º e 4/2/2017 no Expo Center Norte. www.blogdociosp.com // www.ciosp.com.br//
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