Plataforma
móvel do Google possui 99% das ameaças atuais. Principais são SMS Trojan e
exploits
A plataforma móvel Android foi a preferida dos cibercriminosos para a realização de ataques em 2012. A informação é do relatório Mobile Malware Evolution, publicado pela Kaspersky Lab. A pesquisa aponta que mais de 43 mil programas maliciosos para o sistema operacional foram identificados pela companhia no ano passado. Ou seja, mais de 99% das novas ameaças encontradas em 2012 tinham smatphones e tablets Android como alvo.
O estudo realizado pelo analista sênior de
malware da Kaspersky Lab Denis Maslennikov identificou ainda ameaças para
outras plataformas móveis: menos de 1% visava atingir aparelhos que rodam
Symbian, BlackBerry ou que suportam a versão móvel do Java.
Além da popularidade dos sistemas
operacionais como ponto determinante, o descuido dos usuários na hora de
realizar a busca e download de softwares com fontes suspeitas também ajuda no
crescimento exponencial da criação de ataques móveis. Soma-se a esses fatores a
distribuição em curso de apps maliciosos na loja oficial do Google, a Google
Play, e a primeira aparição registrada de um aplicativo com comportamento
malicioso na plataforma oficial da Apple, a Apple App Store.
As ameaças mais comuns no Android podem ser
divididas em três grandes grupos: SMS Trojans, que roubam dinheiro enviando
mensagens de textos para números premium; adware e exploits que são utilizados
pelos criminosos a fim conseguirem pleno acesso ao dispositivo e aos dados nele
armazenados. Outro ataque que chamou a atenção da companhia foi a botnet
chamada Foncy. Por meio dela, os crackers conseguiam controlar os smartphones e
tablets. Os suspeitos do desenvolvimento desta botnet foram presos pela polícia
francesa, mas suas ações podem ter dado um prejuízo de mais de 100 mil euros às
vítimas.
Já alguns dos aplicativos maliciosos
criados para Symbian e BlackBerry eram bastante específicos e tinham como alvo
as contas bancárias das vítimas. Em 2012, os experts da Kaspersky registraram
novas versões para os Trojans Zeus-in-the-Mobile e SpyEye-in-the-Mobile que
unem forças com suas versões para "desktop" a fim de tomar o controle
das contas de usuários de Internet Banking. O malware móvel, neste caso
particular, é usado para roubar mensagens de autorização de bancos - códigos
mTAN - necessárias para realizar uma transação. O malware, também esconde
mensagens bancárias dos usuários, que permanecem sem saber que alguma coisa
está errada até que verificam suas contas bancárias.
O relatório também apontou que os
dispositivos móveis sofreram também com ciberespionagem. Um exemplo é o FinSpy,
desenvolvido pela companhia britânica Gamma International para uma prática
controversa chamada “vigilância legal”. Outro caso é a ampla campanha de espionagem
Red October descoberta pela Kaspersky Lab: alguns dos módulos usados pelos
criminosos foram projetados especificamente para roubar dados de telefones
celulares, incluindo iPhones, BlackBerrys e smartphones Nokia. Além disso,
também existem evidências que apontam que esse caso de espionagem também tinha
como alvo aparelhos Android e BlackBerry.
“Os criminosos estão levando os
dispositivos móveis a sério, porque atualmente eles contêm mais dados privados
do que nos nossos PCs. Em 2012 registramos milhares de novos programas
maliciosos que foram criados para roubar informações, dinheiro e espionar os
usuários. Infelizmente, a plataforma Android se tornou um ambiente perigoso que
precisa urgentemente de proteção”, afirmou Denis Maslennikov.
O texto completo do último Mobile
Malware Evolution está disponível em Securelist.com.