FABRICANTES NACIONAIS DE ELEVADORES ANUNCIAM NA EXPO ELEVADOR A CRIAÇÃO DE GRUPO DE EMPRESAS PARA LUTAR POR MAIOR ESPAÇO NO MERCADO BRASILEIRO
Maior feira de elevadores do País começa nesta terça-feira, 07 de agosto, na Expo Imigrantes, em São Paulo
Os principais fabricantes nacionais de elevadores decidiram se unir para atuar em conjunto no mercado brasileiro e no exterior. A meta é lutar por maior participação dos fabricantes nacionais na construção civil em geral, além de em outros setores em que os elevadores sejam utilizados, como plataformas de petróleo, estações off shore, plataformas para pessoas com necessidades especiais etc.
Com essa estratégia, acaba de se criado em São Paulo o Febrafe – Fórum das Empresas Brasileiras Fabricantes de Elevadores, uma iniciativa do Seciesp – Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de S Paulo. O fórum, que será apresentado oficialmente ao mercado na Expo Elevador, feira que começa nesta terça-feira, 07 de agosto e vai até o dia 09 de agosto em São Paulo (www.expoelevador.com.br). O Febrafe atraiu inicialmente 11 fabricantes nacionais independentes de elevadores, mas a expectativa é a de elevar para 30 o número de associados.
Expansão – O setor vem crescendo a taxas superiores a 20% a ano no Brasil com a expansão da construção civil, a perspectiva de novos negócios com os jogos da Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas de 2016, o Pré-Sal e outros eventos de porte. Mas, no Brasil, três multinacionais dominam os negócios de maior porte. Os fabricantes nacionais independentes não têm acesso aos contratos mais expressivos e em muitos casos perdem espaço em consequência dos equipamentos importados trazidos pelas multinacionais, especialmente os vindos da Ásia. Um elevador asiático custa 50% a menos do que um mesmo equipamento montado no Brasil.
A estimativa é de que o segmento como um todo fature até quase R$ 5 bilhões ao ano. “A produção brasileira de elevadores corre o risco de desaparecer, encerrando décadas de esforços de empresários nacionais, sonhos, empreendedorismo e investimento em tecnologia. É impossível competir em concorrências com preços 50% maiores”, alerta Jomar Cardoso, presidente do Seciesp.
Atuação em bloco –Para vencer esses desafios, os fabricantes nacionais independentes propõem criar um grupo de força tarefa para atuar em bloco em concorrências, consórcios, compras de matérias primas e outras formas de se fortalecer contra a predominância das multinacionais no mercado local.
O Febrafe, entretanto, não reivindica o aumento de impostos sobre os importados e sim diminuição do Custo Brasil. “A única estratégia para estimular o produto nacional é reduzir a carga tributária e estimular a pesquisa e o desenvolvimento”, enfatiza José Ricardo Schmidt, diretor do Febrafe.
Comparação internacional – O Brasil é o maior mercado de elevadores de toda a América Latina. Mas é o país onde a indústria nacional está menos competitiva em relação às multinacionais. Enquanto no Brasil apenas 10% dos fabricantes de elevadores novos são nacionais, na Argentina essa proporção é de 80%; assim como no Equador. No Uruguai as empresas nacionais independentes detêm 57% do mercado; no Peru, 40%; na Venezuela, 27% e na Colômbia.
Desindustrialização – Outro problema é que empregos, investimentos e novas tecnologias estão sendo eliminados com a desindustrialização. Estima-se que 15 mil empregos tenham sido eliminados no país. O Febrafe alerta que equipamentos simples, como escadas rolantes, sempre fabricados no país, já deixaram de ser produzidos no Brasil eliminando empregos e o desenvolvimento tecnológico. Dados do Febrafe indicam que atualmente metade dos elevadores comercializados no país são importados; em 2005, esse índice era de apenas 20%. Dos 25 mil empregos que o setor gerava há 15 anos hoje restam pouco mais de quatro mil entre diretos e indiretos.
História - O mercado brasileiro ficou mais concentrado porque a partir do ano 2000. De um lado, pequenas e médias empresas brasileiras passaram a ser adquiridas pelas multinacionais que hoje dominam 80% do setor. E de outro, outras empresas nacionais, começaram a crescer com a expansão da construção civil e a conquistar espaço. Mas agora sentem dificuldades em manter o ritmo de desenvolvimento e de competir com os asiáticos.
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