Principal feira do segmento naval e offshore da América Latina
reuniu, durante três dias, 16.192 mil pessoas no Centro de Convenções
SulAmérica, no Rio de Janeiro
A nona edição da Navalshore 2012 - Feira e Conferência
da Indústria Naval e Offshore, o principal encontro do segmento
naval e offshore na América Latina, chegou ao fim nesta sexta-feira (3/8) no
Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro, com o seguinte saldo: o
País tem, hoje, um mercado consolidado, mas com muitos desafios pela frente.
Passaram pelos pavilhões, conferências e worskshops técnicos, ao longo de três
dias de evento, cerca 16.192 mil pessoas, atraídas pelos cinco pavilhões
internacionais e oportunidades de negócios apresentados por 350 expositores
nacionais e internacionais de 17 delegações estrangeiras, além de profissionais
vindos de mais de 40 países.
O evento trouxe
novidades como um pavilhão dedicado exclusivamente aos estaleiros do Brasil, a
Conferência WorkBoat South America e a série de Workshops Técnicos, além de
contar com a presença dos principais players do setor.
No terceiro dia, a
Navalshore recebeu lideranças como o presidente da Transpetro, Sergio Machado,
e empresariais como Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo). Machado destacou a importância da Navalshore: "Ficamos
20 anos sem produzir navios e hoje somos a quarta maior carteira do mundo em
produção de navios e temos estaleiros em construção. A Navalshore é uma feira
que atraí fornecedores, produtores e cada vez que venho visitá-la vejo que está
maior. Isso mostra a força do setor". Skaf concordou: "A indústria
naval estava paralisada e com a demanda gerada pela Petrobras as empresas
ressurgiram. Este grande movimento nos estandes e conferências da Navalshore
mostra o crescimento e potencial do segmento em agregar valor a indústria
nacional".
"A tendência é
termos uma evolução consistente em cada edição em virtude do segmento naval
apresentar perspectivas muito positivas e demonstrar total comprometimento com
a evolução tecnológica para atingir níveis de excelência em termos de
produtividade. Há projeções de negócios para os próximos 20 anos e a indústria
precisa incorporar a eficiência como lema. Queremos, com a Navalshore,
possibilitar, portanto, que as empresas nacionais, internacionais e governo
construam, juntos, um crescimento sustentável para o setor", ressaltou o
gerente da feira, Michael Fine.
Tendências
- O ambiente de expansão do segmento foi sentido
tanto por quem visitou a feira como por quem expôs. É o caso da gerente de
Vendas da Man Diesel e Turbo Brasil, Aline Barros: "Na Navalshore
encontramos todas as empresas do setor e podemos acompanhar as tendências do
mercado. Nesta edição o que me impressionou foi a quantidade de empresas
presentes que eu não conhecia. Isto revela o crescimento e a grande oportunidade
que a feira proporciona de conhecermos quem está chegando para investir no
País".
"Encontrei aqui na
Navalshore exatamente o que estava procurando: novos fornecedores e empresas
que tragam novas tecnologias para o segmento. A feira é bem focada no setor e é
muito importante para fazer networking com outras empresas e profissionais que
ajudam a melhorar o nosso desempenho", afirmou Miguel Carvalho, executivo
da BrasFELS.
Entre os visitantes da
Navalshore, há aqueles que procuram informações para elaborar uma análise
fundamentada do segmento. "Vim para saber o que está acontecendo no
mercado. Nesta feira discutem-se as últimas novidades e é importante estar
aqui. Além disso, conseguimos interagir com as pessoas envolvidas no setor, o
que ajuda muito na tomada de decisões estratégicas", disse Natasha
Miranda, economista da Saipem do Brasil. Renato Aguiar, consultor da Esab
Soldagem e Corte concordou: "A indústria naval está em crescimento e a
Navalshore é fundamental porque reúne todos os segmentos envolvidos na
discussão de opções para superarmos os desafios que já se apresentam e os que
vêm por aí".
Networking. Munidos de
informações dos bastidores da indústria naval e offshore, os executivos
presentes dedicaram-se ao networking. Responsável pela Oceana Navegação, Jimmy
De Souza, comentou que esta edição da Navalshore o surpreendeu pela qualidade
da visitação que esteve presente estande da empresa. "A feira transcende a
caráter institucional e oferece grandes oportunidades de networking",
comentou. A empresa, que faz parte do Grupo P2 Brasil, recebeu na semana
passada a licença para a construção do seu estaleiro e aproveitou a feira para
dar mais detalhes sobre a nova empreitada.
A unidade de construção
naval, que dará respaldo à atividade de navegação de apoio da companhia, estará
localizada em Itajaí (SC) e deve estar habilitada para processar aço já no ano
que vem. "Consideramos que a melhor alternativa para a nossa operação de
navegação seria contar com um estaleiro próprio que desse suporte à nossa
atividade", contou o executivo. Segundo ele, serão investidos R$ 640
milhões e o estaleiro estará 100% operacional em 2013. "Temos já definida
prioridade no FMM (Fundo da Marinha Mercante) para quatro PSV 4500. Prevemos
que a entrega da primeira unidade aconteça em julho de 2015", complementou
De Souza.
Johanna Baart-Ristsma,
diretora-presidente da Agência da Indústria Naval Holandesa no Brasil, avaliou
que o País não só apresenta um ambiente propício para novos negócios, mas, pela
evolução do setor, é hoje um novo campo para o desenvolvimento de tecnologia.
"Encontramos hoje parceiros para projetos e, também, interessados em troca
de conhecimento tecnológico. Este é um sinal de que o segmento está se
expandindo de forma sustentável e com visão de longo prazo",
ressaltou.
2013. Ao final do
terceiro dia de evento, a UBM Brazil, organizadora da Navalshore, informou que
houve um alto índice de expositores que renovaram a participação na próxima
edição da feira, que acontecerá de 6 a 8 de agosto de 2013, no Centro de
Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro.
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