Mais
de 90% dos helicópteros que estão sendo usados para o transporte de passageiros
para o Autódromo de Interlagos, em São Paulo, para a corrida de Fórmula 1, são
irregulares e configuram o que a ABTAer (Associação Brasileira de Táxis Aéreos)
chama de: transporte aéreo clandestino. São aeronaves particulares usadas para
transportar passageiros de maneira ilegal, oferecendo risco para o passageiro e
para a cidade como um todo.
“Basta
conferir e vai comprovar que a maioria das aeronaves usadas no traslado para
Interlagos é particular e sem autorização para transporte remunerado de
passageiros”, disse o presidente da entidade, Comandante Milton Arantes. A
ABTAer vai inclusive formalizar denúncia junto à ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil) para que o fato seja investigado e os envolvidos sejam punidos.
Segundo
o presidente, com a elevada demanda provocada pela corrida de Fórmula 1,
proprietários de aeronaves particulares, não homologadas para esse fim,
utilizam seus helicópteros ou colocam à disposição de terceiros que querem
ganhar dinheiro com o evento. “Quem escolhe voar em um helicóptero de
transporte aéreo clandestino não sabe em que aeronave está voando, que tipo de
manutenção tem sido feita, não conhece o piloto, pois normalmente são
freelancers, não sabe se quer se ele é habilitado para voar naquele tipo de
aeronave e nem que hábitos de vida possui”, afirma o comandante. Muitas vezes
os passageiros não sabem que este tipo de irregularidade existe e,
consequentemente, desconhecem o risco.
Aeronaves
licenciadas para o fretamento nestes casos são apenas as aeronaves das
companhias de táxi aéreo que são regulamentadas pela ANAC para o transporte de
passageiros. Para isso, são fiscalizadas com muito mais rigor que as aeronaves
particulares em termos de manutenção, precisam trabalhar apenas com tripulação
contratada e ainda são obrigadas a cumprir jornadas de trabalho com as
tripulações para evitar os riscos de cansaço e de excesso de horas de voo em um
dia. “No transporte aéreo clandestino não há nada disso, o risco é enorme para
todos”, afirma o Comandante Milton.
A
ABTAer é uma organização não governamental, de âmbito nacional, sem fins
lucrativos, composta atualmente por quarenta e duas empresas associados,
representando 16 Estados. A entidade nasceu há dois anos da iniciativa dos
empresários do setor, que buscam a solução para os problemas que atingem esse
segmento. O objetivo da ABTaer é interagir com os Órgãos Reguladores da Aviação
Civil e apoio político, visando mitigar os problemas e dificuldades que atingem
a categoria. Mais informações em www.abtaer.com.br
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