Famílias com renda
inferior a dez salários estão mais otimistas, tanto em relação ao cenário atual
quanto às expectativas futuras
Os paulistanos estão mais
confiantes em relação à economia em setembro, mas o humor ainda é bem pior do
que o registrado no ano passado. De acordo com a Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), houve alta de 2,8% no
Índice de Confiança do Consumidor (ICC).
O indicador subiu de 133 pontos, em agosto, para 136,7 pontos, em
setembro - em uma escala que varia entre zero (pessimismo total) e 200 pontos
(otimismo total). Para a FecomercioSP, o avanço na confiança do consumidor no
mês de setembro reflete a desaceleração inflacionária e o menor endividamento
do consumidor.
A apuração é segmentada por idade, sexo e renda. O único grupo que
registrou queda do índice de confiança em setembro, em relação a agosto, foi o
de renda superior a dez salários mínimos, com recuo de 3,8%. Em relação ao
mesmo mês do ano passado, o índice despencou 21,5% para essa faixa de renda (de
164,3 pontos para 129 pontos).
Em contrapartida, as famílias com renda menor estão mais
otimistas. Para essa parcela de paulistanos, o índice subiu 5,9% em setembro em
relação a agosto (de 155,5 pontos para 140,4 pontos) e perdeu 9,7% em relação a
setembro do ano passado (de 132,6 pontos para 155,5 pontos). Apesar da redução
em relação ao mesmo mês de 2012, essa foi a menor queda de confiança verificada
em relação aos grupos pesquisados.
Os dois indicadores que compõem o índice de confiança foram
favoráveis em setembro. O índice que mede a percepção em relação às condições
econômicas atuais subiu 4,8%, ao passar de 133,1 pontos, em agosto, para 139,5
pontos, em setembro. Já o indicador que mede as expectativas futuras aumentou
1,4%, passando de 133 pontos, em agosto, para 134,9 pontos, em setembro.
Analisando as condições econômicas atuais, as mulheres estão mais
otimistas, com aumento de 6,9% no índice, de 128,1 pontos, em agosto, para 137
pontos, em setembro. Segundo a FecomercioSP, o resultado confirma que o público
feminino - na maioria das vezes, o responsável pelo orçamento doméstico das
famílias - está menos incomodado com a alta dos preços.
No índice que mede a percepção futura do consumidor, também houve
disparidade entre os consumidores de rendas diferentes. Os paulistanos com
renda inferior a dez salários mínimos estão 5,9% mais confiantes no
futuro, passando de 132,3 pontos, em agosto, para 140,2 pontos, em
setembro. O índice para os consumidores com renda acima deste patamar de renda
caiu 8% - de 134,5 pontos, em agosto, para 123,8 pontos, em setembro.
Nota metodológica
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente
pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados de 2.100 consumidores no
município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores
levando-se em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto
à situação econômica futura.
Os dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC
varia entre zero (pessimismo total) e 200 (otimismo total). Sua composição,
além do índice geral, apresenta-se em: Índice das Condições Econômicas Atuais
(ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados balizam decisões
de investimento e de formação de estoques para varejistas, bem como para outros
tipos de investimentos das empresas.
A metodologia foi desenvolvida com base no Consumer Confidence
Index, índice norte-americano criado em 1950 na Universidade de Michigan. No
início da década de 90, a FecomercioSP adaptou a metodologia da pesquisa
norte-americana à realidade brasileira. Atualmente, o índice da federação é
usado como referência nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco
Central (Copom), responsável pela definição da taxa de juros no País, a exemplo
do que ocorre com o aproveitamento do CCI pelo Banco Central.
Sobre a FecomercioSP
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de
São Paulo (FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores
de comércio e serviços. Responsável por administrar, no Estado, o Serviço
Social do Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(Senac), representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de
atividades empresariais de todos os portes e congrega 154 sindicatos patronais
que respondem por 11% do PIB paulista - cerca de 4% do PIB brasileiro -,
gerando em torno de cinco milhões de empregos.
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