Principal razão para uma empresa manter seu quadro estável
de funcionários é
esforço para não deixar os empregados mais qualificados irem embora
O
trabalhador brasileiro está entre os que permanecem menos tempo no mesmo emprego.
Essa foi a conclusão de um estudo de "Rotatividade e Flexibilidade no
Mercado de Trabalho", elaborado pelo Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), levando em conta uma lista de
22 países. A média brasileira, de 5 anos de vínculo empregatício, vem caindo
progressivamente e os números indicam que os principais motivos são a busca por
melhores salários e novos desafios na carreira. Mas, na contramão do que indica
a pesquisa, a Rede DEMEO tem em sua equipe colaboradores com até 40 anos
de casa, que apostaram no plano de cargos, fizeram cursos e hoje são exemplos
para os mais novos.
Trocar
de emprego? Nem pensar, dizem eles. A controladora de estoque Marili Carvalho, por
exemplo, entrou na empresa em 1973 e viu tanto a realidade da cidade, como da
própria rede, mudarem radicalmente. “A rede cresceu e os produtos mudaram muito
também. Hoje é muita tecnologia, um contraste com os primeiros anos de trabalho
aqui, onde o controle era feito na ficha manual. Aqui é como se fosse minha
família e poucos empregos oferecem hoje este tipo de ambiente”, diz.
Outro
veterano na Rede Demeo é o vendedor Vitor Rosa dos Santos, na empresa desde
junho de 1972. Ele lembra que na época a rede possuía apenas duas lojas e, por
ter "boa letra”, era o notista, que emitia todas as notas fiscais da
empresa. “Para falar a verdade, hoje é uma terapia trabalhar aqui. Os donos
sempre foram bons e sempre nos valorizaram. Tudo é agradável, tanto que tenho
69 anos e nem penso em parar”, orgulha-se.
E a
empresa também oferece oportunidades de crescimento. Lindon Matos foi
contratado em 1989 como vendedor e hoje ocupa a gerência de uma das lojas. “Quando
entrei aqui o estoque era maior, mas a gama de produtos era pequena. Hoje
ninguém trabalha com muito estoque, mas em compensação, temos mais de seis mil
itens disponíveis para os clientes e uma lista enorme de fornecedores”, lembra.
Outro ponto citado por Matos são os progressos proporcionados pela tecnologia.
“Antigamente era tudo manual e cada vendedor tinha cinco talões e fazia entre
800 e 900 notas por mês”.
Um
outro funcionário com anos de casa é o gerente Eduardo Eugman, contratado em
1983 como contínuo, ou office-boy,
como muitos preferem chamar. “Aqui é uma escola e fomos aos poucos nos
adaptando às mudanças. Hoje temos disponível tecnologia de ponta e esses
avanços nos incentivam. Participamos de cursos de atualização incentivados pela
própria empresa. Eu, por exemplo, já fiz cursos de eletrônica, elétrica e
mecânica. A gente acaba virando ponto de apoio para melhorar as vendas”, conta Eugman.
“A principal razão
para uma empresa manter seu quadro estável de funcionários é esforço para não
deixar os empregados mais qualificados irem embora”, garante o diretor
comercial da rede de lojas DE MEO, Gerson Eugênio e Silva
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