Muitos
especialistas em recursos humanos afirmam que hábitos ruins no emprego, como a
mentira e a procrastinação, são responsáveis por grande parte das demissões.
Henrique Veloso, autor do livro Estresse Ocupacional, da editora Elsevier,
explica que esses hábitos estão associados a uma perspectiva da construção do
profissional que tem sido considerada elemento fundamental para separar os
considerados agregadores de competência individual e coletiva e os considerados
trabalhadores medianos, que é definido por ele como maturidade profissional.
“Diferentemente
da experiência, que está diretamente associada ao tempo de aprendizagem, envolvendo
conhecimentos e habilidades, a maturidade está associada às atitudes que o
indivíduo tem perante seu trabalho, a forma como lida com as críticas,
problemas, trabalho em equipe, respostas às adversidades, postura perante o
próprio trabalho. Há pessoas experientes que não possuem maturidade, por
exemplo”, comentou.
De
acordo com o especialista, pessoas com baixa maturidade profissional agem com
comportamentos que dificultam seu crescimento em ambientes coorporativos,
principalmente em termos de cargos gerenciais ou trabalhos que exigem
colaboração. “Podem até se tornar experientes, mas possuem carreiras limitadas.
As mentiras, comportamentos infantilizados, egocentrismo, falta de foco,
extrema competitividade em atividades que não são essência do trabalho,
brincadeiras inapropriadas no ambiente de trabalho são algumas das
características associadas à baixa maturidade profissional. Um exemplo
interessante é quando um profissional recebe um feedback que precisa melhorar
seu desempenho e, ao invés de procurar trabalhar suas limitações, o avaliado
possui comportamentos regressivos, ou seja, se torna hostil, começa a
atrapalhar projetos e trabalhos alheios dentre outros comportamentos”, afirma.
Henrique
ressalta que a maturidade propicia ao indivíduo a capacidade de compreender
situações e gerar mais experiência e aprendizagem. “Além disso, também permite
saber lidar com as diferenças entre os indivíduos, saber se comunicar melhor,
ou seja, dar e receber feedbacks sobre o trabalho, trabalhar em equipe,
reconhecer falhas e aprender com elas. A maturidade também permite lidar melhor
com situações desconhecidas e sob pressão, permitindo lidar melhor com o
estresse ocupacional”, explicou.
Para
Veloso, a maturidade profissional não é tão fácil de ser capacitada e desenvolvida,
pois depende de aspectos individuais, tais como traços de personalidade,
história de vida, dentre outros. “Cada profissional tem um "timing"
ou etapas e estágios de desenvolvimento, mas é possível ficar atento se suas
ações e reações no trabalho estão caminhando para a maturidade ou baixa
maturidade e realizar as reflexões para mudança de suas atitudes”, finalizou.
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