Por meio do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) já investiu R$ 180 milhões em 1.368 projetos inovadores para alavancar os negócios das startups sediadas no Estado de São Paulo. Criado em 1997, o PIPE apoia a etapa de viabilidade técnica do projeto e a execução de pesquisa científica e tecnológica nessas empresas. O programa é o único do gênero no País conduzido por uma fundação de amparo à pesquisa.
"O Pipe serve para dar o apoio inicial à empresa, e nos interessa discutir e contribuir para que essas empresas que apoiamos continuem a se desenvolver", explica Sergio Queiroz, coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação da Fapesp. Por isso, o assunto será o foco das discussões no "Momento Fapesp - o mundo das startups de base tecnológica", que será realizado em São Paulo, no dia 28 de abril, das 9 h às 11h10, durante a 14ª Conferência Anpei - o maior evento de inovação do País (www.anpei.org.br/conferencia).
"O Momento Fapesp discutirá assuntos vitais para a sobrevivência das startups: o financiamento e a criação de ambientes que promovam seu desenvolvimento e garantam sua sobrevivência no mercado", acrescenta Queiroz. O painel "Recursos para a inovação nas startups" contará com a participação de investidores - angel, seed e corporate capital, além da própria Fapesp que representa os investimentos públicos. Microsoft e Siemens falarão porque e como investem nas startups, da mesma forma que os representantes do InSeed e Anjos do Brasil.
Já o painel "Ambientes e competências startups" reunirá representantes de aceleradoras e incubadoras - Associação Startup Campinas e o CIETEC, respectivamente, além de uma organização que apoia o empreendedorismo, a Endeavour. Na sequencia de ambos os painéis, haverá apresentação de dois cases de startups que se consolidaram no mercado graças a uma boa ideia e ao apoio de fundos. São das empresas I.Systems e a BUG Agentes Biológicos.
Gargalos à vista - Segundo o secretário executivo da Anpei, Naldo Dantas, o problema começa com o número reduzido de fundos que apoiam este tipo de empresa. "No Brasil são cerca de 70, nos EUA são mais de dois mil", compara. "Daí a importância de discutirmos o que os investidores esperam das startups e vice-versa, de modo a desenhar um ambiente favorável a este tipo de investimento", destaca.
Ele lembra que os fundos de capital são essenciais para outras etapas deste tipo de empreendimento, a exemplo do desenvolvimento do protótipo e da escalonagem do produto. "Por falta de apoio, muitas startups caem no chamado 'vale da morte', ou seja, não conseguem se inserir no mercado."
O presidente da Associação Campinas Startup, Kleber Teraoka, ressalta que, além da burocracia, a tributação é outro grande problema, tanto para as empresas como para os investidores. As empresas de base tecnológica, em geral, não se encaixam no regime do Simples, devido à natureza de suas operações - pesquisa e desenvolvimento, software etc. Por isso, boa parte acaba optando pelo regime de Lucro Presumido, menos oneroso que o regime de Lucro Real. "Uma startup que inicia suas atividades ainda não tem lucro e, mesmo assim, paga impostos sobre o lucro. Ou seja, o regime dificulta a sobrevivência da empresa logo de início", explica.
"Precisamos melhorar o ambiente para negócios de forma geral", aponta. Na sua opinião, uma ação pragmática que pode dar bons resultados no curto prazo é estimular os negócios entre grandes empresas e as startups. "Essas empresas precisam de clientes para gerarem um faturamento precoce e se desenvolver", diz. Ele conta que a Associação Campinas Startups vem estimulando grandes empresas a trazer seus problemas críticos para que as startups possam resolvê-los. Companhias como Samsung, Intel, Rakuten, Bosch e Rhodia são exemplos de empresas que já estão interagindo com startups para inovar por conta deste esforço da Associação. |
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