As rodadas de negócios organizadas pela Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) durante a APAS 2013 - 29º Congresso e
Feira de Negócios em Supermercados - devem resultar em exportações da ordem de
US$ 47 milhões, entre negócios fechados durante o evento e nos próximos doze
meses. As rodadas tiveram a participação de 50 empresas brasileiras e 60 de
compradores de 22 países, que realizaram 362 reuniões para a negociação de
produtos dos setores de biscoitos, chocolates, balas, confeitos e frutas e
café, entre outros. Os compradores estrangeiros também participaram de visitas
técnicas a supermercados brasileiros e de palestras com especialistas do setor
varejista.
A quinta participação da Apex-Brasil na APAS, maior feira do setor
varejista na América Latina foi conduzida em parceria com a Associação
Brasileira da Indústria de Café (ABIC), Associação Brasileira da Indústria de
Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (ABICAB), Associação Nacional
das Indústrias de Biscoitos (ANIB) e Instituto Brasileiro de Frutas (IBRAF),
durante os dias 6, 7 e 8 de maio, em São Paulo.
"O nível de otimismo do varejo mundial em relação ao Brasil está alto e
o país tem sido visto não apenas como fornecedor de produtos tradicionais, mas
como um parceiro para o lançamento de novos produtos que agreguem inovação ao
negócio das redes de supermercados", analisa o coordenador de Imagem e
Acesso a Mercados da Apex-Brasil, Vinicius Estrela. "O produto brasileiro
tem apelo de novidade, de diferenciação do negócio e o Brasil hoje é tendência
nas gôndolas de vários países", complementa.
Negócios
A rodada contou com a presença de compradores de países das Américas Latina,
Central e do Norte, da África e do Oriente Médio. Três importantes redes de
varejo norte-americanas estiveram presentes e negociaram uma série de
produtos. Maxine Campbell, representante da Big Lots - cadeia varejista
com mais de 1400 lojas nos Estados Unidos - anunciou que pretende comprar US$
30 milhões em produtos brasileiros como café, chocolate, biscoito e massas nos
próximos anos. A Kroger, quarta maior rede varejista do mundo com 2400 lojas
nos Estados Unidos, veio ao Brasil em busca de fornecedores de café,
chocolates, biscoitos, castanhas e massas. "Estamos em busca de produtos
novos, com diferenciais que atendem nichos de consumo e acho que o Brasil tem
isso a oferecer, com produtos de boa qualidade", disse o diretor da
empresa, Marcio DaCosta, "certamente fecharemos alguns pedidos nos
próximos meses".
Já a rede H-E-B, com 340 lojas no Texas, enviou sete compradores,
especialistas em segmentos diversos. A companhia já compra produtos
brasileiros como café, vinhos, biscoitos, peixes, feijão, chocolates,
pão-de-queijo, água de coco, queijos, porcelanas e sandálias para sua linha de
lojas Central Market, do segmento premium. "Alguns desses produtos
foram muito bem aceitos pelos nossos consumidores e viemos à feira para
estabelecer melhor relação com empresas brasileiras que possam se tornar nossos
fornecedores", disse o diretor de Negócios do segmento de Beleza da H-E-B,
Greg Douglas. "Nossos consumidores estão buscando coisas diferentes e
queremos produtos com essa característica, queremos testar novas comidas,
cosméticos, entre outros e o Brasil tem potencial para isso", disse Balo
Elizondo, gerente do segmento de Alimentos.
Já o diretor da Tzanetatos, do Panamá, Norlando Arosemena, esteve na rodada
de negócios com foco em produtos lácteos, principalmente queijos. "Já
compramos dos EUA e Nova Zelândia, mas estamos selecionando um fornecedor
brasileiro para equilibrarmos mais a sazonalidade dos preços", disse,
"nossa intenção é comprar 500 toneladas por ano do Brasil".
Carlos Salazar Martinez, diretor comercial da distribuidora chilena de
alimentos Punto Sur, negociou produtos diversificados como queijos, frangos e
carnes, snacks, amendoins, leite condensado, pão de queijo, massas prontas
congeladas, temperos, bolos e panetones. A empresa tem entre seus clientes
hotéis, restaurantes e o governo do Chile. "Queremos trabalhar com produtos
diferenciados e únicos e buscamos também um fornecedor de carnes processadas,
para abastecer o programa de alimentação escolar do governo chileno, que
consome 75 toneladas mensais de frango, carne em cubos, almondegas e carne
moída", disse.
Para as empresas brasileiras, o s resultados foram animadores. Luiz Fernando
Mion, gerente de Comércio Exterior da Vapza, que comercializa vegetais e carnes
cozidos a vapor e embalados a vácuo, espera fechar negócios com pelo menos uma
das redes norte-americanas presentes na rodada e também pode avançar na
negociação com compradores do Chile, México, Angola e República Dominicana. A
empresa já exporta para Estados Unidos, Angola, Panamá e Hong Kong e está
participando das ações da Apex-Brasil na loja Le Bon Marché na França e na
Central Market nos Estados Unidos; "Estamos muito otimistas com os dois
eventos e, principalmente, com as rodadas de negócios que otimizam nossos
custos ao permitir o contato com compradores de vários países no mesmo local,
potencializando nossas oportunidades de negócios com diversos mercados",
avalia Mion.
Já a Bauducco comemorou a abertura de um novo
mercado durante a rodada na APAS. "No ano passado, fizemos a primeira
venda para a Antígua-Barbuda e este ano, abrimos o mercado da Jamaica",
informou o gerente da empresa Fabiano Lombardi. Segundo ele, até o final do ano
deverão ser exportados US$ 70 mil em produtos de toda a linha da empresa, que
inclui torradas, wafers, panetones e biscoitos. "Foi uma venda
significativa para o tamanho do mercado e viabilizada pela rodada de negócios
aqui em São Paulo, que evitou o nosso deslocamento à Jamaica e ainda trouxe a
pessoa certa para negociar conosco", completou.