A ineficiência das
autoridades está estrangulando o setor de táxi aéreo no Brasil. Donos de
empresa de aeronaves de pequeno e grande porte que representam muitas vezes a
única alternativa de transporte de doentes, correspondência/encomendas dos
Correios, cheques da compensação na região Norte e parte do Centro-oeste, peças
de reposição para a indústria, medicamentos e pessoas, estão sofrendo com a demora
da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e da Infraero na liberação de
processos cotidianos, tais como a admissão de um piloto, o treinamento de um
tripulante ou a colocação de uma nova aeronave em operação.
“Temos visto a contratação
de um piloto experiente demorar até 3 meses, sendo que o profissional é
habilitado, já voava em outra empresa o mesmo modelo de aeronave, só está
trocando de uma empresa para outra”, disse o Comandante Milton Arantes,
presidente da ABTAer (Associação Brasileira das Empresas de Táxi Aéreo), uma
entidade que reúne mais de 50 empresas em todo o Brasil.
Segundo o Comandante, a
burocracia é gigantesca também para as empresas que adquirem uma nova aeronave.
Existem empresários aguardando a liberação há mais de um ano de acordo com a
entidade. “O dono do táxi aéreo investe, mas não consegue operar, fica com o
capital parado, depreciando por conta da burocracia”, explica o Comandante.
A entidade também se
queixa da burocracia na habilitação e no treinamento de tripulantes. No mundo
todo, o critério para o treinamento e habilitação de tripulantes em aeronaves
leves é o mesmo dos Estados Unidos. No Brasil, as regras são semelhantes às
aplicadas para as grandes aeronaves, operadas por companhias aéreas comerciais.
“Querem que os tripulantes façam treinamento em simuladores que nem existem no
Brasil e com isso impedem a modernização da frota, quem vai querer investir em
uma nova aeronave e depois ficar com problema para treinar a tripulação por
falta de simulador no país?”, questiona.
De acordo com o presidente
da entidade, em dois anos e meio, a ABTAer conquistou muita coisa, já é, por
exemplo, parte do Conselho Consultivo da ANAC, realiza reuniões técnicas
mensais com a agência. “Mas ainda há muito por fazer, especialmente levando em
conta que o segmento não transporta ricos a lazer como muitos pensam. Maior
parte dos voos é Aeromédico, levando pacientes e órgãos para transplantes,
peças de reposição para a indústria, correio, malotes bancários e pessoas a
lugares em que a aviação comercial não chega, incluindo as plataformas de
petróleo”, disse o Comandante Milton.
Saiba mais
sobre a ABTAer
A ABTAer é uma organização não governamental, de âmbito nacional,
sem fins lucrativos, composta atualmente por mais de 50 membros associados. A
entidade nasceu há dois anos e meio da iniciativa dos empresários do setor, que
buscam a solução para os problemas que atingem esse segmento. O objetivo da
ABTAer é interagir com os Órgãos Reguladores da Aviação Civil e apoio político,
visando mitigar os problemas e dificuldades que atingem a categoria. Mais
informações sobre a ABTAer em www.abtaer.com.br
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