Brasileiro começa a temporada como piloto
oficial da Audi em corridas de longa duração. Ele disputa na próxima semana as
12 Horas de Sebring, nos Estados Unidos, e em junho busca um feito inédito para
o Brasil: vencer as 24 Horas de Le Mans.
FOTO: PETER RICHARD FABIAN |
Contratado como piloto
de fábrica da Audi Motorsport para seu programa de protótipos na temporada de
2013, o brasileiro Lucas Di Grassi tem na próxima semana seu primeiro desafio
junto de sua nova equipe e na nova fase de sua carreira: ele disputa as 12
Horas de Sebring, na Flórida, formando trio com o dinamarquês Tom Kristensen e
com o escocês Allan McNish. Ainda este ano, junto do espanhol Marc Genè e do
britânico Oliver Jarvis, Di Grassi compete as 6 Horas de Spa Francorchamps, na
Bélgica, e o maior desafio de sua carreira: buscar a vitória nas tradicionais
24 Horas de Le Mans, a corrida mais desafiadora do automobilismo mundial. Ambas
são válidas pelo Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC).
No Brasil, se preparando para embarcar aos Estados Unidos, Lucas participou de
uma entrevista coletiva ao lado do presidente da Audi Brasil, Leandro Radomile,
e do gerente de marketing da marca, Jonas Calson, no início da tarde desta
quarta-feira (6) em São Paulo. Aos mais de 100 jornalistas presentes, Radomile,
Calson e Di Grassi falaram da importância da parceria e do Campeonato Mundial
de Endurance para a Audi no país e para o desenvolvimento dos automóveis de rua
da marca.
“O Brasil tinha uma tradição muito grande, anos atrás, com corridas de
Endurance, mas nos últimos 20 anos as provas de longa duração não têm sido as
mais divulgadas no país, e por isso perdemos um pouco o contato com este tipo
de categoria. A Audi tem uma longa tradição nestas provas, com seu envolvimento
e investimento que vem desde 1998 e nas 11 vitórias que a marca conquistou em
Le Mans”, destaca Radomile.
Calson lembra da tradição da marca pelas categorias nas quais passou – e sempre
fez sucesso. “A Audi se baseia em três pilares: sofisticação, progressividade e
esportividade. A parte esportiva é muito importante para a Audi, e fazemos
esporte a motor há mais de 30 anos, quando em 1981 introduzimos o Audi quattro
no Mundial de Rali e ganhamos tudo o que havia para ganhar; nos anos 90
passamos para as categorias de turismo com os A4 e no final dos anos 90
passamos para as corridas de Endurance. Atualmente mantemos também os programas
de Customer Racing com os R8 RS e também com o envolvimento que já temos há
muito tempo com o DTM, e todas elas são muito importantes para a marca”,
apontou.
“Do ponto de vista do marketing, sempre tivemos dificuldades em trazer as
novidades destas categorias para o mercado brasileiro pelo fato de não haver
nenhum piloto daqui andando nestes campeonatos. Neste ponto, a contratação do
Lucas foi realmente um sonho; ainda mais em uma categoria tão importante como o
WEC, e isso para nós é sensacional, porque a Audi faz o Mundial para mostrar
toda a sua tecnologia de construção, de leveza, de trabalhar com motores de
baixo consumo e outras inovações que levamos ao Mundial de Endurance. São
novidades que a curto e médio prazo chegam aos carros de rua que os clientes
andarão futuramente”, explicou.
Lucas, de 28 anos e larga experiência nas categorias top do automobilismo
mundial, demonstrou empolgação com o novo desafio à frente. “A Audi me ofereceu
um contrato muito melhor do que qualquer outro que já tive na Fórmula 1. Era
algo que não tinha como dizer não e por isso estou me entregando 100% a esta
nova fase da minha carreira com as corridas de longa duração”, afirmou o
piloto, que disputou pela Audi, no ano passado, as 6 Horas de São Paulo. O
terceiro lugar na corrida garantiu o contrato com o time para esta temporada.
“Para mim, agora, disputar no melhor nível com a melhor equipe e na melhor
categoria dentro do WEC é um sonho. Sempre que me reúno com eles ou faço
qualquer outra atividade com o time eu me sinto mais integrado e sobretudo
tenho me identificado mais e mais com a marca, com o programa. Estou
extremamente impressionado com o profissionalismo da Audi – já trabalhei com
outras fabricantes no passado, mas não no mesmo nível – e com o investimento em
tecnologia que eles fazem para disputar este mundial”, apontou.
Di Grassi demonstra empolgação pela oportunidade que tem nesta temporada e sobretudo
com a possibilidade de escrever seu nome na história como o primeiro piloto
brasileiro a vencer as 24 Horas de Le Mans na categoria mais rápida da prova, a
LMP1. Lucas, que é um dos únicos brasileiros a vencer o GP de Macau (uma
espécie de Mundial da Fórmula 3) – além dele, somente Ayrton Senna e Maurício
Gugelmin ganharam a prova -, pode ser o primeiro no topo do pódio em La Sarthe.
“De repente, escrever meu nome na história ao ser o primeiro brasileiro a
vencer em Le Mans vai ser a coisa mais importante do que qualquer outra que já
conquistei até agora”, concluiu o brasileiro, que viaja no fim de semana para a
Flórida. As 12 Horas de Sebring acontecem no dia 16 de março.
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