O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, apresentou queda de 0,09% em junho. Mesmo diante desta redução, o indicador atingiu 5,05% nos primeiros seis meses do ano. Já no acumulado em 12 meses, a alta nos preços atinge 6,23%. A título de comparação com junho de 2013, os preços apresentaram queda de 0,14% e a inflação acumulada era de 2,19%.
A redução nos preços em junho foi influenciada de maneira expressiva pela queda nos preços das Frutas, Legumes e Verduras, com retração de 7,56% no mês. Mesmo diante de um período de estiagem prolongada, o clima com temperaturas mais amenas tem sido bastante favorável para o cultivo e produção destes itens. Aliado a isto, a entrada de novas safras no mercado interno tem contribuído para um comportamento favorável nos preços. O resultado é um equilíbrio entre oferta e demanda destes produtos, o que favorece a estabilização de estoques e, consequentemente, reduz os preços aos consumidores. No acumulado de 2014 (de janeiro a junho), a alta ainda é de 9,18%, mesmo com o resultado de junho. Já no acumulado de 12 meses, há uma redução de 4,20%. Os itens que apresentaram as maiores variações negativas foram: tomate (-21,62%), batata (-19.90%), maracujá (-16,16%), pepino (-14,71%), cenoura (-13,50%) e alface (-12,20%).
Os preços dos semielaborados (Carnes, Cereais e Leite) apresentaram queda de 0,16% em junho, impactados diretamente pela redução nos preços das carnes bovinas (-0,27%), feijão (-4,19%) e milho (-2,68%). Conforme projetado, o preço do feijão e milho deve permanecer mais estável em junho, julho e agosto, diante do equilíbrio entre oferta e demanda destes itens. Em 12 meses, a elevação é de 7,51% e, no acumulado do ano (janeiro a junho), a alta é de 4,03%.
Os preços dos produtos industrializados apresentaram alta em junho, registrando variação de 1,3%. A contribuição positiva esteve relacionada à elevação nas categorias de panificados (1,84%) e café, achocolatados em pó e chá (3,03%). Em 12 meses, a elevação é de 7,49% e, no acumulado do ano (janeiro a junho), de 4,47%.
Os preços das bebidas alcoólicas apresentaram certa estabilidade em junho, com variação de -0,01%. O vinho teve queda de 1,16% e a cerveja apresentou variação de 0,05%. Em 12 meses, a alta nos preços é de 5,11% e, no acumulado do ano (janeiro a junho), a queda é de 0,10%. As bebidas não alcoólicas registram alta de 1,11%, diante da alta, principalmente, nos preços de refrigerante (0,26%) e água mineral (2,75%). Em 12 meses, a alta nos preços é de 6,58% e, no acumulado do ano (janeiro a junho), a elevação é de 5,08%.
Os preços dos produtos de limpeza apresentaram alta de 0,34%, impactados pela elevação no preço do sabão em pó (5,40%) e sabão em barra (1,35%). Já os artigos de higiene e beleza apontaram alta de 0,87%, impactados pela elevação nos preços do sabonete (1,22%) e creme dental (2,37%). Em 12 meses, a elevação nos produtos de limpeza e nos artigos de higiene e beleza, respectivamente, foram de 9,78% e 6,07%. No acumulado de janeiro e junho, houve alta nos preços dos produtos de limpeza (7,86%) e de artigos de higiene e beleza (5,53%).
Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 160,55%, o IPCA/IBGE (São Paulo) - Alimentos e Bebidas apresenta alta de, aproximadamente 329,97%, o IPCA/IBGE (Brasil) - Alimentos e Bebidas tem alta de 346,31%, o IPC-FIPE tem aumento de 270,36%, enquanto que o IPA/FGV tem variação de 509,15%. Assim, a evolução dos preços ao longo dos anos aponta uma elevação mais moderada no setor supermercadista, diante de sua característica de concorrência, na qual os ganhos de eficiência e produtividade, aliados as constantes negociações junto à indústria, possibilitam preços mais competitivos
Nota Metodológica
O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.