Mary Lorena Gurevich*
Os
síndicos e os participantes do conselho gestor, seja no processo de autogestão
ou por contrato com uma administradora, devem sempre ter absoluta
consciência de que administrar um condomínio significa imensa responsabilidade.
Afinal, está em jogo a segurança dos moradores, no caso de empreendimento
residencial, e dos trabalhadores ocupantes de conjuntos comerciais, bem como o
seu conforto, mobilidade, salubridade do ambiente, integridade física das
pessoas e instalações e outros aspectos importantes para a qualidade da vida.
Considerados
tais pressupostos, é necessária atenção constante com vários itens a serem
inspecionados. Desde a simples troca de lâmpadas queimadas, até alguns
preceitos essenciais para se evitarem problemas e riscos: prevenção e proteção
contra incêndios; cuidado com as marquises; atenção constante com a estrutura
da edificação; manutenção periódica dos elevadores; verificação permanente da
existência de vazamentos e infiltrações; e dedetização anual contra insetos,
inclusive o cupim, cuja proliferação pode comprometer até mesmo o concreto.
No
tocante à prevenção e proteção contra incêndio, é importante manter em dia os
extintores, criar, treinar e reciclar sempre uma brigada apta a enfrentar essas
situações. É recomendável, ainda, solicitar uma vistoria ao Corpo de Bombeiros
sempre que modificações e reformas forem realizadas. Nesses casos, devem ser
analisados o sistema hidráulico, iluminação, saídas de emergências, estruturas
de proteção e a mobilidade, caso a reforma tenha alterado entradas e saídas de
pedestres e de automóveis.
As
marquises dos prédios também devem ser inspecionadas regularmente. A manutenção
e a conservação das fachadas devem ser sempre orientadas por um engenheiro. É
necessário observar a legislação de cada município com relação à periodicidade
e o órgão da prefeitura ao qual o laudo estrutural deve ser entregue.
Ainda com
relação à estrutura do edifício há algo absolutamente prioritário: nenhuma
reforma de andar, sala comercial ou apartamento residencial, bem como em
garagens e áreas comuns, deve ser feita sem a orientação e autorização de um
engenheiro, a partir de análise feita na planta estrutural da obra. Alterações
em paredes e colunas feitas à revelia desse procedimento podem provocar grandes
problemas, inclusive desabamentos, como já tem ocorrido.
Outra
recomendação significativa refere-se à sinalização interna, independentemente
do porte do empreendimento, seja ele vertical ou horizontal, residencial ou
comercial. Em todos os casos é essencial que todos os ocupantes fixos e os
visitantes possam identificar com rapidez e clareza as portarias normais e
eventuais saídas de emergência, entradas e saídas de garagens, locais de acesso
às escadas e aos elevadores, localização de extintores de incêndio e
mangueiras. Em empreendimentos de maior porte, como o Cetenco Plaza Torre
Norte, também é aconselhável placas sinalizadoras que orientem a locomoção dos
visitantes. Isso facilita muito o fluxo de pessoas, principalmente em prédios
comerciais com grande movimentação de pessoas.
O
controle do acesso de visitantes, obviamente proporcional ao porte do
condomínio, é outro item que merece muita atenção, considerando o crescente
risco de “arrastões” em edifícios. É sempre recomendável recorrer à tecnologia
do controle de acesso, ter câmeras estrategicamente distribuídas nas entradas,
elevadores, garagens e áreas comuns, de preferência com a alternativa de
gravação das imagens. É importante que becape das imagens fique guardado em
outro local, fora do condomínio, possibilitando a consulta mesmo em caso de
danos aos equipamentos e arquivos.
É
decisivo, ainda, que os funcionários do condomínio sejam treinados
para operar os sistemas, orientar ocupantes e visitantes, controlar o acesso de
pessoas e capacitados a enfrentar emergências. Moradores ou trabalhadores, no
caso de conjuntos comerciais, devem conhecer as regras e procedimentos, de modo
que saibam como proceder em qualquer situação. A boa gestão é crucial para se
evitarem problemas, o bom funcionamento dos equipamentos, a melhor convivência
das pessoas, preservação e valorização do imóvel.
*Mary
Lorena Gurevich, advogada, é síndica do Condomínio Cetenco Plaza Torre Norte.