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27 junho 2012

Indústria não suporta alta de 43% no gás em um ano, diz FIESC


Em reunião realizada nesta terça-feira (6), na sede da Federação das Indústrias (FIESC), a entidade defendeu que os reajustes das tarifas do gás natural para o setor industrial sejam mantidos nos patamares autorizados pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (AGESC) para 2012, que são de 5% em abril, 5% em julho e 5% em outubro. Se for autorizada uma nova solicitação de elevação, de 20,38%, já protocolada no último dia 21 pela SCGás, a alta acumulada entre outubro do ano passado e outubro deste ano chegará a 43%.

"O impacto disso seria desastroso no ambiente econômico que vivemos, com sinalização de crescimento do PIB de 2% em 2012, e considerando que já há retração nas vendas", disse o presidente da Câmara de Energia da FIESC, Otmar Müller. Ele lembra que no setor de vidros o gás chega a 35% do custo de fabricação e na de revestimentos cerâmicos a 25%.

Em ofício entregue durante a reunião ao presidente da SCGás, Cósme Polêse, a FIESC argumenta que a indústria catarinense apresenta queda de produção de 5,1% no primeiro quadrimestre, "estando impossibilitada de fazer repasses adicionais ao produto final, exigidos com o referido aumento". Na reunião, a SCGás defendeu o reajuste considerando a alta do câmbio e a ocorrência de déficit no caixa da empresa.

"Defendemos, acima de tudo, um processo transparente, em que haja regulação do contrato de concessão de forma clara, dentro de um processo regular, sem haver esses transtornos que ocorrem periodicamente", disse Müller. "Também há a necessidade de atualização do contrato de concessão, que foi concebido nos anos 1990, dentro de um cenário econômico e de risco Brasil diverso do que é hoje. Esse contrato foi muito benéfico, na época, para atrair investidores internacionais, mas em nada condiz com a realidade econômica atual", acrescentou.

O setor industrial responde por 80% do consumo de gás natural em Santa Catarina.

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