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27 maio 2014

Frost & Sullivan: A fusão entre a AT&T e a DIRECTV pode ser um prelúdio para novas consolidações do mercado de Telecomunicações na América Latina

O mercado de serviços de TV paga na América Latina1 conta hoje com 55,9 milhões de assinantes e vem crescendo acima dos 10% nos últimos 5 anos.  O montante de receita gerado neste segmento foi de 20,4 bilhões de dólares em 2013. Apesar da recente desaceleração deste segmento, ele ainda apresenta as maiores taxas de crescimento entre os serviços de telecomunicações tradicionais (telefonia fixa, móvel, banda larga fixa e móvel e comunicação de dados). 

Neste contexto, a DIRECTV se destaca como líder do mercado de serviços de TV paga, com cerca de 13 milhões de assinantes na América Latina1 e aproximadamente 7 bilhões de dólares de receita em 2013, segundo estimativas da Frost & Sullivan. A companhia vem crescendo a uma taxa média anual de 26% a sua base de assinantes na região, de 2013 a 2019 além de apresentar forte presença tanto nos segmentos premium quanto massivo.


No dia 18 de maio de 2014 a AT&T e DIRECTV anunciaram a chegada de um acordo definitivo sob o qual AT&T adquiriria a DIRECTV em uma transação equivalente a US$ 48,5 bilhões. Segundo a CNN, caso aprovada pelos órgãos reguladores, esta será a quarta maior fusão da história do mercado de telecomunicações. Esta transação indica uma tendência de consolidações do segmento de TV paga nos EUA, iniciada com a compra da Time Warner, pela Comcast, em Fevereiro de 2014.

A empresa consolidada seria líder na distribuição de conteúdo nos EUA e América Latina. Segundo a consultora e analista do mercado de TV paga da Frost & Sullivan, Carolina Teixeira: “Essa consolidação pode garantir um posicionamento privilegiado para a nova companhia, para que ela possa se antecipar às mudanças que o mercado de entretenimento está vivenciando, com o surgimento de novos modelos de negócio, como o Netflix. A nova empresa teria maiores ganhos de escala na distribuição do conteúdo, o que permitiria mais investimentos na exploração de novos modelos de negócio”.

Uma vez concluída, esta fusão poderá apresentar grandes consequencias para a operação latino-americana. “Do lado norte-americano, a AT&T busca ganhar força para brigar com a Comcast e obter maior poder de negociação de conteúdos, além dos direitos da exibição da NFL. No entanto, o potencial da América Latina, que cresce a taxas muito acima do crescimento nos EUA, é um poderoso ativo para a empresa”, afirma Carolina.

“Além disso, a Sky (subsidiária da DIRECTV no Brasil), que até então era um pure player na região, já começou a atuar no mercado de banda larga aqui no Brasil e, com a entrada da A&T no jogo, podemos esperar uma estratégia voltada para a exploração de novos serviços, com foco em banda larga, ou mesmo a aquisição de outras companhias que permitam a oferta de bundles pela companhia”, segundo a analista.
A oferta massiva de serviços de banda larga pela DIRECTV poderia afetar bastante o jogo competitivo do mercado, no entanto, esta estratégia é improvável de se cumprir no curto prazo. Em vista disso, a DIRECTV vinha analisando, ao longo de 2013, uma possível compra da GVT, controlada pelo grupo francês Vivendi. Outro ativo que apresentam oportunidades interessantes de aquisição para a companhia é a TIM Participações. Isso pode representar, para a AT&T, uma oportunidade de acelerar implantação de uma rede de banda larga fixa no Brasil, além dos 73 milhões de clientes móveis da TIM Brasil.

1Nos relatórios da Frost & Sullivan, são considerados os países Argentina, Brasil, Chile, Colombia, México, Venezuela e Peru. Para a SKY, consideramos 59% da SKY México, a qual os 49% restantes, pertencem à Televisa.

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