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12 setembro 2025

O início da música eletrônica: quem abriu caminho para um novo som no mundo

A música eletrônica, hoje presente em festivais que reúnem multidões e em playlists que dominam as plataformas digitais, tem raízes que remontam ao início do século XX. Muito antes de DJs se tornarem celebridades globais, visionários da música e da tecnologia começaram a experimentar sons artificiais e instrumentos pouco convencionais. A história da música eletrônica é marcada por pioneiros que abriram caminho para a sonoridade que transformaria a indústria musical.

Primeiros passos: os inventores de sons artificiais

O marco inicial da música eletrônica costuma ser associado a Luigi Russolo, compositor italiano que, em 1913, escreveu o manifesto A Arte dos Ruídos. Russolo defendia que as máquinas modernas traziam novos sons ao mundo e que eles deveriam ser incorporados à música. Para isso, construiu os chamados intonarumori, instrumentos que produziam barulhos mecânicos e industriais.

Na década de 1920, outro avanço decisivo veio com o russo Léon Theremin, criador do theremin, um dos primeiros instrumentos eletrônicos. Diferente de qualquer outro até então, o theremin era tocado sem contato físico: o músico movia as mãos no ar, controlando frequências e volumes. O instrumento abriu espaço para uma música que parecia futurista, estranha e ao mesmo tempo fascinante.

A consolidação da eletrônica como música

Durante os anos 1950, com o avanço da gravação em fita magnética, surgiram os estúdios de música concreta na França, liderados por Pierre Schaeffer. Ele foi responsável por manipular sons gravados do cotidiano, como motores e passos, transformando-os em composições experimentais.

Na Alemanha, Karlheinz Stockhausen foi outro nome fundamental. Considerado um dos maiores pioneiros, Stockhausen explorou sintetizadores e sons eletrônicos em composições complexas que inspiraram gerações de músicos, inclusive bandas de rock como os Beatles.

O nascimento dos sintetizadores modernos

Nos anos 1960 e 1970, a música eletrônica começou a ganhar um caráter mais popular com a criação dos primeiros sintetizadores portáteis. Robert Moog, engenheiro norte-americano, foi o responsável por desenvolver o sintetizador Moog, instrumento que mudou a forma de fazer música. Artistas como Wendy Carlos, com o álbum Switched-On Bach (1968), apresentaram ao grande público que os sintetizadores podiam recriar músicas clássicas ou compor novas sonoridades.

Do experimental ao mainstream

A partir dos anos 1970, bandas como Kraftwerk, da Alemanha, levaram a música eletrônica para o palco e para as rádios. Com uma estética futurista e sons totalmente produzidos por máquinas, o grupo é considerado um divisor de águas, apontado por muitos críticos como o verdadeiro “início da música eletrônica popular”. Seu impacto pode ser sentido até hoje em gêneros como o techno, o house e o pop.

A herança dos pioneiros

Se hoje a música eletrônica movimenta bilhões de dólares, com DJs se apresentando para multidões em festivais como o Tomorrowland e o Ultra Music Festival, é graças aos inventores, compositores e visionários que ousaram experimentar. De Luigi Russolo a Kraftwerk, passando por Theremin, Schaeffer e Moog, cada um deixou uma contribuição essencial para que sons artificiais se tornassem parte da cultura musical.

Mais do que apenas uma tendência, a música eletrônica nasceu de uma revolução criativa, em que tecnologia e arte se fundiram para criar uma das linguagens sonoras mais marcantes do século XX e XXI.

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